Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2019
Alvo de uma operação da PF (Polícia Federal) nesta quinta-feira (19), o líder do governo de Jair Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), já passou por cinco partidos e atuou em postos estratégicos de gestões com correntes ideológicas distintas.
Ele comandou o Ministério da Integração de 2011 a 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Na época, integrava o PSB, partido do ex-governador pernambucano Eduardo Campos, que rompeu com o PT para começar a sua campanha presidencial e obrigou a sigla a entregar todos os cargos.
Bezerra Coelho sucedeu Romero Jucá (MDB-RR) na liderança do governo Michel Temer (MDB) e, em um gesto de aproximação entre o governo Bolsonaro e a maior bancada do Senado (o MDB tem 13 senadores), foi escolhido líder do governo em fevereiro deste ano.
À época, a escolha de Bezerra Coelho representou uma guinada na estratégia do Palácio do Planalto, que optava, então, por um político mais experiente para a função. Na Câmara, o líder é o estreante Major Vitor Hugo (PSL-GO), que sofria naquele momento com a rejeição de integrantes da base aliada de Bolsonaro.
Sempre visto correndo de um lado para o outro pelos corredores do Senado, Bezerra ajuda também nas articulações em votações que envolvem simultaneamente deputados e senadores, fazendo uma tabelinha com a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).
O nome de Bezerra como líder foi costurado entre Jucá, presidente do MDB, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que levou a sugestão ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), seu aliado e padrinho político, e que na época tinha uma influência bem maior do que atualmente.
O senador foi aceito por Bolsonaro mesmo sendo alvo de resistência de integrantes do governo, como o ministro Sérgio Moro (Justiça), e de senadores do PSL justamente por ser alvo de investigações no âmbito da Operação Lava-Jato.
Fernando Bezerra Coelho já foi filiado ao PDS, PFL, PMDB, PPS, PSB e, em 2017, retornou ao MDB. Ao longo da sua trajetória política, foi deputado estadual e federal, além de prefeito de Petrolina (PE), cidade dominada pela família do senador e comandada atualmente por Miguel Coelho (PSB), um de seus filhos.
Antônio Coelho (DEM), também filho dele, é deputado estadual. O deputado federal Fernando Coelho Filho, também alvo da operação da PF nesta quinta, foi ministro de Minas e Energia durante o governo de Michel Temer.