Após a deflagração da Operação Bullish, da PF (Polícia Federal), que apura irregularidades no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), cresce no Senado a certeza de que deve ser aprovado o projeto que retira do banco o direito ao sigilo em suas operações – dentre elas, a do porto de Mariel, em Cuba. O autor da proposta, Lasier Martins (PSD-RS), afirma que a instituição atualmente é uma “verdadeira caixa-preta”.
O parlamentar gaúcho entende que é oportuno acelerar o debate, tendo em vista as últimas denúncias envolvendo a instituição, investigadas na Operação Bullish. Há casos suspeitos de financiamentos para a empreiteira Odebrecht e outras construtoras, inclusive em países como Venezuela, Panamá e Moçambique.
Há exatamente dois anos, a então presidenta Dilma Rousseff vetou o fim do sigilo em operações do BNDES. À época, ela também sancionou uma lei que autorizou o Tesouro Nacional a conceder 30 bilhões de reais ao banco, a título de incentivo.
Paralelo a isso, nesta semana foi aprovado um requerimento, também de autoria de Lasier, na Comissão de Infraestrutura da Casa, para que a presidente do BNDES venha ao Senado falar sobre a situação do Banco e sobre a força-tarefa da PF. Ele já havia requerido o comparecimento dela ao Senado em 2016. O pedido chegou a ser aprovado mas não ocorreu, devido a impedimentos na “agenda” do Congresso Nacional.