Uma comitiva de senadores liderada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se queixou nesta terça-feira (24) ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, da realização de busca e apreensão no gabinete do líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
Alcolumbre estava acompanhado de 15 senadores. Recebidos no salão nobre da Corte, eles pediram respeito à institucionalidade. Ainda nesta terça-feira, a Mesa do Senado pediu ao STF que a análise dos objetos e documentos recolhidos seja suspensa. A Advocacia-Geral da Casa quer também a imediata devolução do material, com o julgamento do caso pelo plenário do STF, composto pelos 11 ministros da Corte.
Os senadores criticaram a decisão do ministro Luís Roberto Barroso de autorizar, na última quarta-feira (18), a ação para investigar supostos esquemas envolvendo Bezerra Coelho.
A Polícia Federal sustenta que o líder do governo Bolsonaro recebeu R$ 5,5 milhões em propinas de empreiteiras encarregadas das obras de transposição do rio São Francisco e do Canal do Sertão. A negociação e o repasse dos valores teriam ocorrido de 2012 a 2014, época em que Bezerra Coelho era ministro da Integração Nacional na gestão de Dilma Rousseff (PT) e integrava o PSB.
Além do senador, também teria sido destinatário de subornos seu filho que foi ministro de Minas Energia de Michel Temer (MDB). Coelho Filho teria recebido R$ 1,7 milhão.
Os principais apontamentos feitos pelos senadores foram de que a decisão de Barroso foi monocrática (individual) e a operação foi realizada nas instalações do Senado, a pedido da Polícia Federal, sem o aval da PGR (Procuradoria-Geral da República).