Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2015
Há quem consiga conciliar muito bem maternidade e carreira, mas nem de longe esses exemplos são maioria no Brasil. Em pleno século 21 e com uma representatividade cada vez maior no mercado de trabalho, muitas mulheres, temendo dilemas, culpas e dificuldades na profissão, adiam e até mesmo desistem do plano de engravidar. As que mantêm o sonho de ser mãe, não raro, abandonam o trabalho após a licença-maternidade.
Segundo o último levantamento sobre o tema realizado pela consultoria de RH Robert Half em 13 países, 85% das empresas brasileiras entrevistadas disseram que menos da metade de suas funcionárias retorna à vida profissional após o nascimento dos filhos. A taxa é bem mais alta que a média global – 52% das companhias de todo o mundo relataram o mesmo problema.
O índice de retorno ao trabalho é maior entre mulheres que ocupam altos cargos de gestão: 63% das empresas afirmaram que, nesses casos, o índice é superior a 50%. A diferença acontece porque aquelas que ocupam posições mais altas têm perfil dinâmico e não conseguem se imaginar fora do mercado.
“Para a mulher é mais difícil alcançar um cargo de liderança e, quando conseguem, não querem desistir dessa conquista. A questão financeira também é um fator importante pois essas profissionais têm remuneração mais alta e relevante para o orçamento familiar”, ressalta Daniela Ribeiro, gerente sênior das Divisões de Engenharia e Marketing de Vendas da Robert Half.
Maternidade adiada.
O último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que 14% das mulheres brasileiras não pensam em ter filhos. Ainda de acordo com o levantamento, mulheres instruídas (com mais de sete anos de estudo) estão optando por serem mães mais tarde, depois dos 30 anos, e a média de filhos reduziu de maneira drástica – de 6,1 para 1,9 nos últimos 50 anos.
Para a psicóloga Mônica Portella, voltar à ativa após a gestação pode ser saudável até mesmo para o filho. Muitas mães, principalmente as de primeira viagem, ficam ansiosas, cansadas e preocupadas demais com a maternidade, e acabam se anulando em relação às próprias vontades. Separar as duas funções, segundo ela, é aconselhável evitar estresses e sobrecargas que podem atingir indiretamente a criança. (AG)