Terça-feira, 19 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2017
Enganou-se quem imaginava que Serena Williams poderia cair na tentação da compaixão, que talvez tivesse uma maior consideração por sua irmã mais velha, Venus, com uma louvável trajetória que aos 36 anos a levou novamente à final do Aberto da Austrália.
A norte-americana é uma mulher de bom coração, mas também uma competidora impiedosa. Entrou na quadra central de Melbourne com um número em mente, o 23, os títulos em torneios do Grand Slam que ela soma após a vitória deste sábado (28).
É a tenista mais vitoriosa desde o início da era dos torneios abertos, em 1969, deixando para trás a alemã Steffi Graf (22 títulos). Serena tem agora apenas um título a menos que a australiana Margaret Court (que fez parte da sua carreira na época do tênis amador), o que representa mais um estímulo para a sua trajetória.
Aos 35 anos, Serena ganha seu sétimo troféu em Melbourne e se torna também a tenista mais veterana a vencer um Grand Slam, e a mais velha ao assumir a liderança do ranking – com o resultado deste sábado, chega a 7.780 pontos e supera a alemã Angelique Kerber, vencedora do Aberto da Austrália em 2016, que tem 7.115 pontos e teve um reinado de quatro meses, até ser derrubada nas oitavas de final desta edição por Coco Vandeweghe.
Enquanto isso, Serena continuou fazendo história. Agora que todo mundo volta os olhos para a final, neste domingo (29), entre Rafael Nadal e Roger Federer, talvez seria o caso de se perguntar se Williams não é o melhor tenista de todos os tempos, independentemente de gêneros e épocas. Ninguém conseguiu resultados como os seus nem teve uma regularidade tão impressionante. Basta dizer que ganhou nada mais e nada menos que nove Grand Slams depois dos 30 anos. Quem a define à perfeição é Xavi Budó, o preparador da espanhola Carla Suárez: “Ela significa viver por e para um esporte. Conviver com a pressão de ser a melhor e ter uma fome eterna de vitória”.
E, para provar isso, a frase que soltou quando já tinha o novo troféu nos seus braços: “23, 24, 25… Nunca é suficiente. Eu me senti como se realmente tivesse melhorado meu jogo neste ano”. Talvez seja cedo para averiguar, mas o fato é que, em Melbourne, Serena não fez uma mínima concessão. Não cedeu um só set em sete jogos, e em nenhum momento deixou a sensação de que poderia cair na final perante Venus, por maior que fosse o componente emocional que envolvia a partida. Uma circunstância que de forma alguma era nova para elas, mais que acostumadas a se enfrentarem – o primeiro confronto direto numa final de Grand Slam foi na Austrália em 2003, há 14 anos, e o último havia sido em 2009 em Wimbledon.