O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro afirmou que vai apresentar provas que mostram a suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro de interferir na PF (Polícia Federal) no inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar o caso.
Em entrevista à revista Veja, o ex-ministro disse ainda que o pedido de abertura das investigações feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, foi “intimidatório”. Além de investigar as acusações feitas pelo ex-ministro, Aras pediu a apuração de suposta denunciação caluniosa contra Bolsonaro praticada por Moro.
“Entendi que a requisição de abertura desse inquérito que me aponta como possível responsável por calúnia e denunciação caluniosa foi intimidatória. Dito isso, quero afirmar que estou à disposição das autoridades”, declarou o ex-juiz da Lava-Jato.
Questionado sobre quais provas teria a apresentar, Moro limitou-se a dizer que irá se pronunciar quando for questionado pela Justiça. “Reitero tudo o que disse no meu pronunciamento. Esclarecimentos adicionais farei apenas quando for instado pela Justiça. As provas serão apresentadas no momento oportuno, quando a Justiça solicitar.”
O ex-ministro, que esteve à frente do julgamento das ações da Operação Lava-Jato por cinco anos, afirmou que o combate à corrupção não é prioridade do governo Bolsonaro e que não teve o apoio necessário para implementar políticas públicas.
“Sinais de que o combate à corrupção não é prioridade do governo foram surgindo no decorrer da gestão. Começou com a transferência do Coaf para o Ministério da Economia. O governo não se movimentou para impedir a mudança. Depois, veio o projeto anticrime”, disse.