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Política Sérgio Moro diz que não quer renunciar à sua pré-candidatura para “alguém que tem 1% ou 2% nas pesquisas”

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De acordo com o ex-juiz, se houver fragmentação nos partidos de centro, será difícil lidar com a polarização Lula e Bolsonaro. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzeebom/Agência Brasil)

O ex-ministro Sergio Moro reafirmou nesta terça-feira (29) que considera ser o nome mais competitivo para a candidatura presidencial da “terceira via”. Segundo ele, o cenário deve permanecer o mesmo até julho deste ano, quando o martelo deve ser batido sobre uma possível convergência entre partidos como MDB, União Brasil e PSDB.

“Lá adiante, se as pesquisas apontarem um candidato mais competitivo do que eu, não tenho nenhum problema (em abrir mão da candidatura). Mas, hoje, vou te dizer que em julho ainda serei o candidato mais competitivo dessa terceira via. E aí eu gostaria de ver o movimento contrário. Porque ou é para valer e se quer uma terceira via no País ou é conversa fiada e se quer realmente Lula ou Bolsonaro”, declarou Moro.

E acrescentou:

“Não posso renunciar à minha candidatura para alguém que tem 1% ou 2% nas pesquisas, quando a gente tem lá 10%, 9%, 8% a depender das pesquisas. Não tenho essa vaidade, mas tenho o sonho de mudar o País.”

Segundo a última pesquisa Datafolha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue liderando a disputa com 43% das intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em segundo lugar com 26%.

Mais atrás, aparecem Moro (Podemos), com 8%, Ciro Gomes (PDT), com 6%, João Doria (PSDB), com 2%, André Janones (Avante), com 2%, Simone Tebet (MDB), com 1%, e Felipe D’Ávila (Novo), também com 1%.

Moro mencionou que teve um jantar, na segunda (28), com o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, com quem discutiu a possibilidade de uma candidatura única.

“Estive com o presidente do União Brasil. Semana passada estive com a Simone Tebet (MDB). Tenho tido conversas com outros expoentes que podem construir essa proposta. Eu coloquei meu nome à disposição, mas nunca tive essa vaidade de ser presidente da República, a gente quer mudar o País para melhor”, disse.

Nas redes sociais, depois do encontro, Moro afirmou que ele e Bivar reforçaram a necessidade de “um único candidato do centro político democrático contra os extremos”. Disse, ainda, que o presidente do União seria “um ótimo vice-presidente ou cabeça de chapa” e o que os dois estarão juntos “de 2022 a 2026, pelo menos”.

Questionado sobre uma possível composição, na candidatura única, com Ciro Gomes, Moro afirmou que “o diálogo tem que ser feito em relação a todos os envolvidos nesse debate” e que os critérios para a definição dos nomes ainda será definido. Perguntado sobre uma união com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), no entanto, o ex-juiz mostrou maior animação.

“Eduardo Leite é um grande quadro da política brasileira e é bem-vindo a somar esses esforços na discussão da construção de uma candidatura única”, afirmou.

De acordo com pessoas que acompanham as conversas, o assunto só deve avançar a partir de abril, depois do período da janela partidária.

Moro também comentou sobre a composição do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como vice na chapa de Lula. Para o ex-juiz, Alckmin é um “vice de fachada”, já que não muda a postura política e econômica de Lula.

“É um vice de fachada, que contraria, em suas declarações, tudo o que falou no passado. Como que ele, que se colocou como anti-Lula, denunciando a corrupção do PT de forma tão veemente, pode agora estar figurando como vice? Isso não implicou agora em uma mudança de discurso do principal componente da chapa, o Lula. A presença de um vice de fachada não muda o quadro. Tem que perguntar ao Alckmin, então, o que ele pensa sobre as propostas econômicas feitas pelo Lula, pra ver se ele tem autonomia e competência pra seguir nessa chapa”, completou.

Também presente no evento, o general Santos Cruz não quis dar pistas sobre seu futuro político. Ele foi convidado por Moro para ser candidato ao governo do Rio, o que representaria um palanque importante para o ex-juiz. Houve também propostas para que Santos Cruz concorresse ao Senado no estado. Até o momento, no entanto, ele segue com seu domicílio eleitoral em Brasília, cidade onde mora. A troca teria que ser feita até o próximo sábado (2), caso ele decidisse concorrer no Rio.

“Tem ainda três ou quatro dias, mas a tendência é ficar em Brasília, mesmo. Vou deixar estourar o prazo.”

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