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Sérgio Moro e as prévias do PSDB mudaram os planos do MDB para Simone Tebet

Projeto do senador prevê reformular programas, metas de redução da pobreza e cria poupança para vulneráveis; mensagem da pré-candidata é de pacificação do País. (Foto: Moreira Mariz/Agência Senado)

A repercussão do ato de filiação de Sergio Moro e das prévias do PSDB fez o MDB alterar o planejamento para o anúncio da pré-candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência.

Para evitar que a confirmação seja ofuscada no noticiário, o partido agora pretende fazer um grande evento, até o final do mês ou, no mais tarde, no começo de dezembro. Antes, pensava-se em um anúncio virtual, mais protocolar.

A ordem do dia é traçar a estratégia de comunicação para impulsionar o nome de Simone nacionalmente.

A aposta é que, sendo a única mulher na disputa e tendo se destacado na CPI da Pandemia, a senadora tem potencial para crescer nas pesquisa. Ou ainda se cacifar pra compor alguma chapa — já que ela é tida como a “vice dos sonhos” por Rodrigo Pacheco, João Doria e Moro.

A iniciativa tem também o objetivo de imprimir no MDB a imagem de um partido independente, sob a a gestão de Baleia Rossi.

Trajetória

Simone Nassar Tebet é advogada, professora e escritora. Filiada ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), ocupa o cargo de Senadora da República pelo Estado de Mato Grosso do Sul.

Simone é filha do político Ramez Tebet, senador e ex-presidente do Congresso Nacional, falecido em 2006, e da filantropa Fairte Nassar Tebet, ambos filhos de imigrantes libaneses radicados no Mato Grosso do Sul. Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e é especialista em Ciência do Direito, pela Escola Superior de Magistratura, e mestre em Direito do Estado, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Começou sua carreira lecionando em universidades no ano de 1992, tendo trabalhado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Universidade Católica Dom Bosco, Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal e Faculdades Integradas de Campo Grande.

Foi consultora técnica jurídica da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul entre os anos de 1995 e 1997 e foi diretora técnica legislativa entre 1997 e 2001.

Política

Iniciou sua carreira política em 2002, ao ser eleita deputada estadual de Mato Grosso do Sul com 25.251 votos, tornando-se a mulher mais votada para o cargo naquele ano.

Nas eleições municipais de 2004 se elegeu para o seu primeiro cargo majoritário, prefeita de Três Lagoas, sendo a primeira mulher a ocupar tal cargo no município. Nas eleições municipais de 2008 reelegeu-se para o posto com mais de 75% dos votos.

Em 31 de março de 2010, renunciou à prefeitura para compor a chapa de André Puccinelli na eleição para o governo de Mato Grosso do Sul, na condição de candidata a vice-governadora. Vitoriosa, tornou-se a primeira mulher vice-governadora do Estado. Entre abril de 2013 e janeiro de 2014, Simone chefiou a Secretaria de Governo.

Nas eleições parlamentares de 2014, candidatou-se ao cargo de senadora pelo Mato Grosso do Sul, sendo eleita em 5 de outubro. Nas eleições de 2018, após a prisão do então candidato ao governo do Estado, André Puccinelli, Simone foi indicada candidata a governadora, porém, desistiu da disputa por questões familiares.

Simone foi, ainda, diretora de assuntos municipalistas da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul e membro do Conselho de Representação do Centro Oeste da Confederação Nacional dos Municípios.

Senado

Simone Tebet foi empossada como senadora de seu Estado em 1º de fevereiro de 2015. Em abril de 2018 foi escolhida líder da bancada do MDB no Senado Federal, a maior na casa. Desempenhou o cargo até janeiro de 2019.

Em 2019, foi eleita presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, a mais importante do Senado Federal, tornando-se a primeira mulher a presidir o colegiado. A indicação de Simone para a presidência da comissão foi bem aceita pelos colegas senadores, além de ter agradado ao Palácio do Planalto.

Em janeiro de 2021, foi indicada pelo seu partido para disputar a Presidência do Senado. Entretanto, o MDB, sigla a qual Tebet é filiada, desistiu do lançamento da senadora para concorrer ao cargo, após sinalização do candidato adversário, Rodrigo Pacheco, para que a legenda ocupasse cargo de destaque na mesa diretora. Dessa maneira, a candidatura de Tebet passou a ser independente. Em 1º de fevereiro de 2021, Rodrigo Pacheco foi eleito presidente do Senado, com votos de 57 senadores, Tebet obteve 21, se posicionando em segundo lugar.

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