O ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro (PL), Sergio Moro (União Brasil), fotografou o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante os bastidores do debate da Rede Globo, na noite desta sexta-feira (28/10), para postar nas redes sociais.
Senador eleito pelo Paraná, Sergio Moro foi um dos três assessores convidados por Bolsonaro para ficar dentro do estúdio da Globo onde o debate ocorreu. Ele foi flagrado tirando uma foto de Lula no palco que, minutos depois, foi publicada no Instagram.
“Um Lula radical no palco chamou Michel Temer de golpista e a mim de mentiroso. Pelo jeito, já era a fase do ‘pacificador democrata’. Até a gravata verde-amarela foi abandonada e agora voltou a ser vermelha”, escreveu Moro na publicação.
O acessório com as cores da bandeira do Brasil a qual Moro se referiu ficou conhecida como a “gravata da sorte” do pernambucano, que a utilizou em diversas ocasiões, como na abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, no anúncio dos Jogos Olímpicos no Rio, em 2009, e em um interrogatório com o próprio Moro, em 2017, durante a Operação Lava Jato.
Moro já havia marcado presença no debate da TV Bandeirantes em 16 de outubro. Ele se reaproximou de Bolsonaro na reta final do primeiro turno das eleições, quando estava atrás nas pesquisas de intenções de voto para o Senado.
No fim das contas, o ex-juiz federal recebeu 33,52% dos votos válidos (1.953.188), ficando à frente de Paulo Martins (PL), com 29,14%, e Álvaro Dias (Podemos), com 23,96%.
“Se a intenção era criar constrangimento, o efeito foi contrário. Vejo ele [Moro] como uma pessoa que foi derrotada”, disse Lula ao ser questionado sobre a presença de Moro no debate da Band, segundo relatou o jornal O Globo. Vice na chapa petista, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) também ironizou a reaproximação. “Acho que ele [Moro] é quem tem que explicar. Ele foi demitido”, disse.
Ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sergio Moro saiu do cargo em abril de 2020 acusando o chefe do Executivo “interferência política no comando da Polícia Federal”.
À época, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) estava sendo investigado por suspeita de desviar os ganhos de funcionários quando era deputado da Alerj. Jair Bolsonaro, pai de Flávio, queria mudar o comandante da PF no Rio de Janeiro, o que não foi bem aceito na época pelo integrante do governo.
Recentemente, Moro afirmou que retomou a relação com Bolsonaro por ser “contra o Lula”. Vale lembrar ainda que o ex-juiz quem decretou a prisão do petista no processo da Lava-Jato, em 2018, e em 2021 ele foi apontado como “parcial” pelo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).