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Ampliado o acesso a cadeiras especiais que permitem banho de mar a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida

Os banhos acontecem no litoral, em balneários, rios, lagos, lagoas e, agora, até em piscinas. (Foto: Gustavo Mansur/Secom)

Desde 2012, a Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul (Faders), vinculada à Secretaria de Assistência Social (SAS), utiliza cadeiras anfíbias para proporcionar o banho assistido a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Além de PcD, idosos com dificuldade de locomoção são beneficiados pelo projeto. No verão deste ano, a rede celebra um importante avanço: a implantação do Disque Praia Acessível, que facilita o acesso ao equipamento.

A ação faz parte do projeto Rede Praia Acessível, que integra a Operação RS Verão Total, do governo do Estado. No início, em 2012, havia apenas cinco cadeiras de banho assistido. No ano passado, com recursos oriundos do Programa Avançar, o governo do Estado adquiriu 50. Atualmente, a Faders tem parceria com 16 municípios, e o banho assistido está disponível em quase 50 locais, oferecendo alternativas de lazer em diversos pontos do território gaúcho.

Os banhos acontecem no litoral, em balneários, rios, lagos, lagoas e, agora, até em piscinas, para que o verão possa ser aproveitado por todos. “Proporcionar o banho assistido é muito mais do que um banho. Para muitas pessoas, é algo tão simples, mas esse sentimento ninguém imagina”, ressaltou o bombeiro reformado Marquinho Lang, que há três anos preside a Faders.

O banho em cadeira anfíbia é feito com toda a segurança pela Faders. Em cada município parceiro, há um profissional habilitado para supervisionar o processo. São fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais ou educadores físicos. Além disso, a fundação realiza capacitações para treinar voluntários, que auxiliam os técnicos durante os procedimentos. A mais recente capacitação formou mais de 300 pessoas para atuarem voluntariamente no projeto. O Corpo de Bombeiros Militar, com o apoio dos guarda-vidas, também oferece o suporte necessário para a prestação do serviço.

Na hora do banho, as PcD são transferidas de suas cadeiras habituais para uma anfíbia. Os profissionais descem a rampa de acesso, com todo o cuidado, guiando as cadeiras em direção ao mar. Na travessia pela areia da praia, o clima é de alegria e animação. Os ventos sopram, a brisa do mar ecoa e, logo, a água salgada começa a tocar os pés. Diante do oceano, os ares são de felicidade, trazendo um misto de sensações.

A ocasião vai ficando cada vez mais divertida e revigorante, à medida que o nível da água sobe. Em todo o tempo, dois voluntários seguram firmemente a cadeira e familiares do banhista se mantêm sempre próximos, promovendo um momento de integração e acolhimento. As expressões traduzem liberdade, quebra de barreiras e superação de desafios: não há mais distância entre a PcD e o mar.

Os benefícios do banho assistido vão além do lazer, da acessibilidade e da inclusão. A experiência também promove saúde e bem-estar, levando mais qualidade de vida para as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

Neste verão, a implantação do Disque Praia Acessível vai ampliar e flexibilizar a abrangência da iniciativa. Quem quiser usar o serviço poderá ir à praia ou balneário mais próximo, porque a Faders deslocará equipes para oferecer o banho mais perto de onde o usuário estiver, e não só em locais fixos e pré-determinados. O número é (51) 98594-5900 e funciona como WhatsApp.

Para os voluntários, essa vivência também é extremamente gratificante. São pessoas que doam do seu tempo e disposição, de forma não remunerada, para possibilitar essa alegria a outras pessoas. “É uma atitude que, de forma isolada, não trará a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, mas é um passo muito importante para isso”, disse o funcionário público Pietro Barreto, 27 anos.

Desde a sua criação, o Rede Praia Acessível realizou quase 9 mil atendimentos. De 2012 até fevereiro de 2020, antes de a covid-19 chegar ao Brasil, mais de 8 mil. No verão de 2022, com o retorno pós-pandemia, houve aproximadamente 320, em oito municípios. Neste verão, até 15 de janeiro, foram 128 atendimentos.

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