Entre os estudantes brasileiros de 15 anos, 73% ficaram abaixo do nível 2 em conhecimentos matemáticos no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes 2022 (Pisa, em inglês), cujos resultados foram divulgados nesta terça-feira (5) pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Isso significa que esses adolescentes não conseguem fazer operações simples, como converter moedas: dizer, por exemplo, quantos reais equivalem a 2 dólares, sabendo que um dólar seria igual a R$ 4,93; e comparar as distâncias percorridas por um carro em dois caminhos diferentes.
Na média dos 81 países participantes do Pisa (membros da OCDE e parceiros), o índice de estudantes que estão abaixo do nível 2 é bem menor: 31%.
O Pisa é aplicado a cada 3 anos para avaliar os conhecimentos dos estudantes em matemática, leitura e ciências. A prova mais recente deveria ter sido aplicada em 2021, mas foi adiada para 2022 por causa da pandemia de Covid-19. Ela é, inclusive, o primeiro estudo em larga escala feito após o período de fechamento das escolas na pandemia.
No total, 690 mil estudantes de 81 países fizeram os testes. No Brasil, 10,79 mil alunos de 599 escolas passaram pela avaliação. Na edição de 2022, o foco foi em matemática. No ranking, o Brasil ficou no 64º lugar entre as notas em matemática, 53º em leitura e 61º em ciências, atrás de outros latino-americanos, como Chile, Uruguai, México e Costa Rica.
Apesar de todas as dificuldades trazidas pela pandemia (obstáculos no ensino remoto e fechamento das escolas por um período prolongado), os resultados gerais do Brasil variaram pouco em relação à edição anterior do Pisa, de 2018. Em matemática, as médias caíram apenas 5 pontos: de 384 para 379. Em leitura, a queda foi de 2,5 pontos e, em ciências, de 0,6.
“Os resultados médios de 2022 foram praticamente os mesmos de 2018 em matemática, leitura e ciências. Os resultados do Pisa têm-se mantido notavelmente estáveis durante um longo período: depois de 2009, nas três disciplinas, apenas foram observadas flutuações pequenas e, em sua maioria, não significativas”, diz o relatório sobre o desempenho dos estudantes brasileiros.