Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de fevereiro de 2023
A Covid longa, condição caracterizada por sintomas de longo prazo associados à infecção pelo novo coronavírus já foi associada a uma infinidade de manifestações. Mas, de acordo com estudo publicado recentemente no Open Forum Infectious Diseases, baseado em dados de mais de 50 mil pacientes, apenas sete sintomas podem ser especificamente ligados à Covid longa.
São eles: palpitações cardíacas, queda de cabelo, fadiga, dor no peito, falta de ar, dor nas articulações e obesidade. A descoberta foi uma surpresa até mesmo os pesquisadores da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos.
“Apesar de um número esmagador de sintomas longos de Covid relatados anteriormente por outros estudos, encontramos apenas alguns sintomas especificamente relacionados a uma infecção por SARS-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19. Antes de examinarmos os dados, pensei que encontraríamos uma grande quantidade de sintomas especificamente associados à Covid longa, mas não foi o caso”, disse o autor correspondente Chi-Ren Shyu, em comunicado.
Sintomas debilitantes de longo prazo – que persistem por pelo menos três meses – associados a uma infecção pelo novo coronavírus começaram a ser relatados no primeiro ano da pandemia. Eles podiam tanto permanecer meses após o fim da infecção quanto aparecer depois que os sintomas agudos já haviam desaparecido. Desde então, diversos grupos de pesquisadores ao redor do mundo se dedicaram ao assunto.
Atualmente, estima-se que a Covid longa afete 10% das pessoas infectadas pela doença. No novo trabalho, a equipe da Universidade de Missouri avaliou 47 sintomas mais comumente relatados e descobriu que apenas sete deles poderiam ser conclusivamente ligados à doença.
Os dados foram baseados em casos de 52.461 pessoas nos Estados Unidos, que foram divididas em três grupos: pessoas diagnosticadas com Covid e sem outras infecções respiratórias; pessoas diagnosticadas com infecções respiratórias que não sejam Covid (por exemplo, gripe); e pessoas sem Covid nem outra infecção respiratória.
Os resultados mostraram que até um ano após a infecção inicial pelo novo coronavírus, as pessoas eram mais propensas a desenvolver palpitações cardíacas, queda de cabelo, fadiga, dor no peito, falta de ar, dor nas articulações e obesidade.
“Nossa pesquisa foi capaz de identificar sequelas de longo prazo [consequências] distintas da Covid-19 e separar a síndrome pós-Covid de outras síndromes pós-virais. Os sobreviventes ainda apresentam sintomas que às vezes os incapacitam e os impedem de voltar ao trabalho ou às atividades de sua vida diária”, disse o autor do estudo Adnan Qureshi. As informações são do jornal O Globo.