Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2019
*Por Taciana Farias
Você sabia que o Dia Mundial do Coração é celebrado no dia 29 de setembro? Atualmente, morrem 592 pessoas por dia no Brasil em consequência de doenças cardiovasculares, como infarto e derrame. No Brasil, por ano, 370 mil pessoas são vítimas desse mesmo problema. Os dados são da Organização Pan-Americana da Saúde. Com o intuito de alertar e informar a população sobre os problemas de doenças cardiovasculares, foi criada a campanha do Setembro Vermelho no Brasil.
A reportagem de O Sul conversou com o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, médico Osmar Dutra, para entender como é possível evitar essas doenças ligadas ao coração. De acordo com Osmar, de 2016 para 2017 houve uma redução de cerca de 87 mil mortes no Brasil, pois a SBC começou a tomar para si a necessidade de fazer com que a população conhecesse os problemas que são reversíveis e controláveis. Ele destaca que existe o fator genético e o fator da idade para o desenvolvimento de doenças de coração, que são inevitáveis, mas algumas questões podem ser melhoradas para que os números de óbitos não sejam tão altos. É possível prevenir essas doenças, por exemplo, através do controle da pressão, da diabetes, do colesterol, com a criação de hábitos alimentares saudáveis e também com a prática de atividades físicas.
Aqui no Rio Grande do Sul, por meio da campanha do Setembro Vermelho, foi possível chamar a atenção da população gaúcha. Ainda segundo Osmar Dutra, a própria Sociedade Gaúcha de Cardiologia está empenhada na divulgação desses conceitos de prevenção. Isso porque o Rio Grande do Sul concentra a maior quantidade de fumantes, bem como maior população com hipertensão arterial do país. A indicação é de que, ao completar 40 anos, o cidadão procure um médico cardiologista para fazer alguns exames e testes, podendo detectar precocemente a probabilidade de ter alguma doença cardiovascular.
Cigarro Eletrônico
Osmar Dutra também chamou a atenção para um problema recente: o cigarro eletrônico, que virou febre principalmente entre o público mais jovem. Há pouco mais de 10 anos, o mercado mundial passou a vender cigarros eletrônicos com a ideia de que o produto era uma maneira das pessoas deixarem de fumar e largarem o vício. O objeto, porém, ficou famoso recentemente.
Entretanto, após análises, foi descoberto que o dispositivo tem alta quantidade de nicotina, praticamente pura, e equivalente à quantidade de substância presente em cerca de 20 cigarros. Além disso, para que ele vaporize, é necessário a presença de álcool e óleo, combinados com uma temperatura elevada, o que é prejudicial para a saúde. De acordo com Osmar, o cigarro eletrônico afeta a circulação porque a grande quantidade de nicotina aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca e também a estrutura interna celular das artérias e veias, causando a denominada disfunção endotelial, que é um mecanismo básico do AVC e do infarto agudo.
*Estagiária sob supervisão de Marjana Vargas