Os produtores de erva-mate marcaram presença na 22ª edição da Expodireto Cotrijal, realizada em Não-Me-Toque. Segundo a diretora da erva-mate Ximango, Juliana Montagner, a estiagem afetou bastante o setor, apesar da erva-mate ser uma planta muito resistente. De acordo com a Emater, a seca prejudicou em 20% a produção de folhas no Rio Grande do Sul.
“Mas foi uma perda irregular, em função de cada posição geográfica dos polos ervateiros, isso, em termo de produtividade nessa safra de 2021 com colheita para 2022. Outro aspecto é em relação aos novos plantios, nas novas áreas implantadas a perda foi bem maior, pois nós tivemos casos aí de 70% a 80% de mudas perdidas, das mudas novas que foram plantadas a campo, que acabaram morrendo em função da estiagem. São duas características de perdas: uma de perda de árvores, principalmente mudas jovens, e a outra, em termos de produtividade”, esclareceu o engenheiro agrônomo do escritório regional da Emater de Passo Fundo, Ilvandro Barreto de Melo.
“Esse ano, o novo plantio e as mudas novas que foram a campo tiveram uma perda muito grande, assim como os ervais antigos, que não sofriam há muito tempo com a estiagem. Esse ano foi bem complicado. Mas, agora, com as chuvas, a brotação está vindo muito bem, se recuperando e a gente espera uma safra muito boa para os próximos meses”, afirmou Juliana Montagner.
Todos os anos, os produtores de erva-mate participam da feira, devido ao impacto para o setor e para a agricultura do estado. Além, claro, da proximidade da região. “Nós moramos na região alta do Vale do Taquari, maior região produtora de folhas do estado do Rio Grande do Sul. A nossa sede fica em Ilópolis, bem próximo à região da Expodireto. Então todos os anos tem a visitação dos nossos produtores, das autoridades, dos industriais do setor ervateiro”, destacou Juliana.
Pandemia
Desde a chegada da pandemia, surgiram novas adaptações de trabalho, lazer e principalmente contato físico. Conforme os protocolos de saúde, era possível consumir o chimarrão apenas de modo individual.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Mate do Estado (Sindimate-RS), Alvaro Luiz Bozzetto Pompermayer, houve um crescimento de 20% nas vendas da erva-mate no estado do Rio Grande do Sul em 2020.
“Com o início da pandemia em 2020 e com a orientação de ficar em casa, assim como o não compartilhamento da cuia, as vendas cresceram significativamente. Já no ano passado, com o término do auxílio e aumento dos preços de alimentos, tornou-se a cair as vendas para o patamar de 2019. Também tivemos o calor dos últimos meses que foi difícil. Hoje, na escolha dos itens que vão para o carrinho, a erva-mate tem ficado. O consumidor reduziu o consumo e a cuia”, revelou o Pompermayer.
“O consumo da erva-mate nos surpreendeu no início da pandemia, porque as pessoas passaram a trabalhar mais em home office e isso fez com que as pessoas estivessem mais perto do seu chimarrão”, pontuou a diretora da erva-mate Ximango.
Além da pandemia, outro fator que mudou os hábitos dos consumidores da erva-mate foram as altas temperaturas. “Com o calor, nós tivemos um verão muito quente e, de certa forma, isso impactou as vendas. As indústrias estão investindo no tererê, que é a bebida gelada. Então em tudo se busca um equilíbrio, porque os benefícios da erva-mate são inúmeros. Estudos científicos nacionais e internacionais comprovam que a erva-mate é uma das folhas mais completas da natureza, com quase 200 princípios ativos”, finalizou Juliana.
Principais benefícios da erva-mate:
1 – Diminui o colesterol;
2 – Favorece a perda de peso;
3 – Atua como antibacteriano;
4 – Previne doenças crônicas;
5 – Atua como antifúngico;
6 – Estimula o organismo;
7 – Ajuda a aumentar as defesas.