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Sífilis: o que é, sintomas, tratamento e prevenção

Teste é a única forma de se diagnosticar a sífilis, uma vez que parte dos casos são assintomáticos. (Foto: Reprodução)

A ocorrência mais antiga da sífilis congênita no mundo é no Brasil. A doença, que atinge milhares de pessoas e provocou uma epidemia nos últimos anos, foi identificada nos ossos e dentes de uma criança de aproximadamente 4 anos, sepultada há pelo menos 9,4 mil anos, em Minas Gerais.

Esse é o resultado de um estudo liderado por Rodrigo Elias Oliveira, pesquisador do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e um dos principais autores do artigo “Um caso precoce de sífilis congênita holocênica na América do Sul” (An Early Holocene case of congenital syphilis in South America, no título original), publicado pelo “International Journal of Osteoarchaelogy”. Mas em que consiste a doença?

A sífilis é um tipo de Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que só atinge seres humanos. Curável, ela também pode levar a morte se não tratada a tempo e adequadamente. É causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar de diversas formas — sífilis primária, secundária, latente e terciária.

Transmissão

A forma de transmissão mais comum é através do contato íntimo e sexual com uma pessoa infectada. Mas a bactéria também pode ser transmitida por meio de transfusão de sangue, contato direto com sangue contaminado e até de mãe para filho, ainda na barriga ou no parto. Esse último caso é chamado de sífilis congênita.

Sintomas

Os sintomas de sífilis mudam de acordo com cada estágio de infecção.

Na Sífilis primária – entre 10 e 90 dias após o contágio –, aparece uma ferida no local de acesso da bactéria, geralmente pênis, vagina, vulva, colo uterino, ânus ou boca. Segundo o Ministério da Saúde, essa lesão cheia de bactérias é chamada de “cancro duro”. Nos casos mais comuns, a ferida não vai coçar, doer ou liberar pus e sumirá sozinha tempos depois. Por outro lado, a bactéria vai continuar se multiplicando no corpo se não for tratada.

Nos casos de Sífilis secundária, os sintomas tendem a surgir entre seis semanas e seis meses do aparecimento da ferida inicial. O indivíduo também pode sentir febre, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta, fadiga, perda de apetite e, de novo, ter ínguas. Outro sinal é o surgimento de manchas — cheias de bactérias — pelo corpo, inclusive nas mãos e nas solas dos pés, mas sem provocar coceira. Elas costumam sumir após semanas, com ou sem tratamento.

Mais grave, a forma terciária pode se manifestar entre 1 e 40 anos após a infecção do indivíduo. Os infectados podem ter complicações em vários órgãos e partes do corpo, como coração, cérebro e nos ossos. Por isso, os sinais podem ser deficiências como cegueira e surdez, doença cardíaca, lesões cutâneas graves e problemas neurológicos. Tratam-se de casos que podem chegar a óbito.

A Sífilis latente é a forma assintomática da doença. Ela é dividida entre dois modos: recente, quando a infecção tem até um ano, ou tardia, quando mais de um ano se passou. Sua duração também é imprecisa, pois se considera a possibilidade de aparecer sintomas das formas secundária e terciária.

Tratamento

O tratamento mais indicado é a aplicação de penicilina benzatina (benzetacil), que como informa o Ministério da Saúde pode ser aplicada em qualquer unidade básica de saúde. Caso a sífilis seja identificada em uma mulher gestante — caso grave da doença —, há ainda mais urgência em iniciar o tratamento, pois essa é a única forma de evitar a transmissão vertical para o bebê.

Vale ressaltar que todos os parceiros sexuais da pessoa infectada devem ser examinados e, se também infectados, devidamente tratados.

Diagnóstico

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza um teste rápido (TR) com leitura do resultado em até 30 minutos. Quando a resposta é positiva (reagente), a amostra deve ser coletada e caminhada para a realização de mais um teste, dessa vez laboratorial, a fim de confirmar o diagnóstico.

Prevenção

Por se tratar de uma IST, o método mais importante para a prevenção é o uso de preservativos em todas as relações sexuais. Consultas e exames periódicos também são importantes para a detecção precoce de qualquer infecção. Para gestantes, é imprescindível a realização do pré-natal em prol da própria saúde e do bebê.

A Síflis pode ser tratada completamente com os antibióticos, mas não garante imunidade contra futuras infecções.

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