Ao longo da campanha eleitoral, candidatos tentam saber para que lado giram os anéis de saturno. Sobre a arrecadação de impostos, que é alta e insuficiente para sustentar a máquina pública, quase nada.
Desafios à paciência
Quem assistiu ao primeiro debate entre candidatos à Presidência da República e aos governos estaduais pôde dispensar os que vieram depois. As mesmas perguntas, respostas, tensões, dados incompletos, argumentos pífios e pitadas de ódio.
Olho nos resultados
Os institutos de pesquisas tornam-se os maestros e comandam a Orquestra de Eleitores. Os integrantes ficam de olho nas partituras. Quero dizer, dos percentuais.
Esperança
Hoje é mais um dia em que os candidatos esperam o milagre que só as pesquisas podem trazer.
Desconhecimento não absolve
A velha desculpa do “eu não sabia”, utilizada pelos que assumem cargos eletivos nos governos estaduais e na Presidência da República, esgotou o prazo. Se algum ousar repetir, merecerá uma rajada de tomates.
Fuga inútil
Na eleição presidencial de 2014, os votos brancos e nulos e as abstenções somaram 29,2 por cento. O recorde de negação ocorreu em 1998 com 38 por cento.
Nada mudou
A Câmara dos Deputados aprovou, a 5 de outubro de 2017, o projeto que criou o fundo para financiar as campanhas eleitorais com recursos públicos. No dia seguinte, esta coluna fez três observações e hoje não altera uma vírgula:
1ª) Nunca a expressão legislar em causa própria se manifestou de modo tão forte. Mesmo com a falta dinheiro para setores vitais, dariam jeito de arrancar 2 bilhões de reais do orçamento federal de 2018 para garantir gastos de candidatos, muitos deles reconhecidos demagogos.
2ª) O projeto foi apreciado de forma simbólica, sem o registro de votos no painel eletrônico. Cada líder de partido disse apenas sim ou não no microfone em nome de seus colegas. Um modo de ocultar a posição individual dos parlamentares.
3ª) Outra vez, o plenário virou botequim de fim de linha, com empurrões e gritarias. Integrantes da bancada da bagunça envergonham e não representam os brasileiros que ainda depositam esperanças no Parlamento.
Há 30 anos
Às 15h50min do dia 5 de outubro de 1988, quando o deputado Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional, assinou e promulgou o texto original, o país passou a ter a oitava Constituição. Com a mão trêmula e emocionado, o presidente José Sarney jurou cumprir o texto constitucional, que entrou em vigor num dia de muita festa.
Apressados
No mesmo dia, partidos políticos já tinham planos para a revisão da Constituição que seria instalada cinco anos depois, a 6 de outubro de 1993.
Confiança reduzida
Um dia após a promulgação, o Instituto Datafolha divulgou pesquisa mostrando: 59 por cento dos entrevistados consideravam que “o país permaneceria como estava ou iria piorar”; 31 acreditavam que “estava chegando uma nova era de progresso.”
Tiro direto
Segurança é a bandeira de muitos candidatos, de Norte a Sul do País. Nenhum acoplou ao seu nome a essência do clamor público. É Renato Trezoitão, gíria que identifica revólver de calibre 38. Ele concorre a deputado estadual na Bahia pelo PSL, de Jair Bolsonaro.
É assim
Na administração pública e na política acontece: manda quem acha que pode.
Para não perder o ritmo
Os que sentirem saudades dos programas eleitorais, que não estão no ar por TV e rádio a partir de hoje, podem recorrer ao YouTube e digitar horário político de Jô Soares.
Sobrecarga nas contas
Atordoados com as despesas e procurando economizar, há candidatos pedindo para apagar a luz no fundo do túnel.