Terça-feira, 12 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de setembro de 2024
A queda do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, demitido nessa sexta-feira (6), após acusações de supostos casos de assédio sexual, é a quarta ocorrido no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A exoneração de Almeida e a do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Marco Edson Gonçalves Dias foram motivadas por denúncias. Os outros dois integrantes da Esplanada caíram devido à costura de apoios políticos entre o presidente e partidos do Centrão.
Com a queda de G. Dias, o GSI foi chefiado interinamente por Ricardo Cappelli por um mês. Desde maio do ano passado, o chefe da pasta é o general Marcos Amaro dos Santos.
* Julho de 2023
Em 14 de julho de 2023, Lula fez a primeira mudança na Esplanada com o intuito de agradar o Centrão e angariar apoio no Congresso. O petista trocou a ex-ministra do Turismo Daniela Carneiro, colocando o deputado federal Celso Sabino (União-PA) no lugar. A troca foi feita para acomodar os interesses do União Brasil, que se sentia subvalorizado pelo Executivo.
* Setembro de 2023
Dois meses depois, no feriado de 7 de Setembro, a ex-ministra dos Esportes Ana Moser foi exonerada por Lula em uma minirreforma ministerial que buscou trazer o PP e o Republicanos para a base do governo. Sem histórico político, Moser foi trocada pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
* Setembro de 2024
Silvio Almeida foi demitido um dia após a ONG Me Too afirmar, em nota, que ele foi denunciado por assédio sexual por pessoas ligadas ao governo federal. A organização omitiu o nome das denunciantes sob o argumento de que era preciso protegê-las, mas assegurou ter o consentimento das vítimas para expor o assunto. De acordo com o portal Metrópoles, uma das vítimas seria Anielle Franco.
Lula decidiu exonerar Almeida para estancar a crise deflagrada pelas denúncias. O agora ex-ministro pediu à Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de Brasília do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que o Me Too apresente uma série de esclarecimentos no prazo de 48 horas.
Também nessa sexta, a Comissão de Ética Pública (CEP), órgão ligado à Presidência da República, abriu um processo administrativo para apurar as denúncias contra Silvio Almeida. Ele tem até dez dias para se defender perante o colegiado.