Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2024
Silvio Almeida foi demitido do Ministério dos Direitos Humanos, na última sexta-feira (6), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após denúncias de assédio sexual. Segundo nota do governo, Lula considerou “insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”.
Almeida, por sua vez, diz que pediu ao presidente para que fosse demitido “a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência”.
Veja, a seguir, a cronologia da crise que derrubou o ministro:
5/9 – 20h – A organização Me Too Brasil confirmou, na quinta-feira (5), que recebeu denúncias de assédio sexual contra Almeida. Segundo comunicado, as vítimas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico.
5/9 – 20h45 – O Instituto Luiz Gama, associação civil fundada por Silvio Almeida, afirmou que as acusações de assédio sexual são “mentiras para derrubá-lo” logo após a revelação do caso.
5/9 – 21h15 – Ainda na quinta-feira, Almeida disse que repudiava “com absoluta veemência” as acusações de assédio sexual contra ele e afirmou que o único intuito é “prejudicá-lo” e apagar sua luta.
5/9 – 21h25 – Momentos depois da revelação das denúncias, o Planalto começou a avaliar qual caminho seguir em relação a Almeida.
5/9 – 23h18 – O Planalto soltou uma nota oficial, no fim da noite, dizendo que as denúncias de assédio sexual contra Almeida eram graves e revelou que o chamou para prestar esclarecimentos. A Comissão de Ética da Presidência da República abriu um procedimento para apurar os fatos.
5/9 – 23h18 – Almeida pede para que PGR, CGU e Conselho de Ética da Presidência apurem denúncias – Ao mesmo tempo, Almeida solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR), à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República que apurem as denúncias de abuso sexual feitas contra ele.
5/9 – 23h30 – Janja posta foto com Anielle – No fim da noite, a primeira-dama Janja da Silva postou uma foto abraçando a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, em sua conta oficial no Instagram.
6/9 – 7h46 – Planalto convoca Almeida – O clima era de cautela. Antes de tomar decisão sobre a permanência de Almeida no governo, Lula queria ouvir o ministro, que está indignado com as acusações e afirma ter reunido provas a favor dele.
6/9 – 7h48 – Lula e Janja foram avisados de denúncias
6/9 – 8h26 – Mulher de Almeida dá apoio e sugere denúncia por vingança – Ednéia Carvalho, esposa de Almeida, manifestou-se em suas redes sociais dando apoio ao marido contra as denúncias de assédio sexual e sugerindo que elas foram feitas por vingança.
6/9 – 8h47 – A Polícia Federal anunciou que iria investigar as denúncias contra o então ministro e que a abertura de inquérito seria feita ainda na sexta.
6/9 – 9h05 – Almeida estava sendo aconselhado a se afastar do cargo após a revelação das denúncias. A sugestão foi dada por outros integrantes do governo. A avaliação é de que a permanência do ministro na Esplanada se tornou insustentável.
6/9 – 9h20 – A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve enviar à primeira instância o pedido de Almeida para apurar uma suposta “denunciação caluniosa” contra ele.
6/9 – 10h – A Comissão de Ética Pública convocou seus integrantes para uma reunião de emergência para analisar as denúncias de assédio sexual contra o então ministro dos Direitos Humanos.
6/9 – 10h20 – Almeida aciona Justiça e pede explicação ao Me Too
6/9 – 10h40 – Oposição na Câmara pede convocação de Silvio Almeida após denúncias de assédio
6/9 – 12h – O Ministério das Mulheres publicou uma nota oficial a respeito das acusações de assédio sexual contra Almeida. No texto, a pasta defende que toda denúncia deve ser investigada “com rigor e perspectiva de gênero, dando o devido crédito à palavra das vítimas” e que agressores devem ser responsabilizados “de forma exemplar”.
6/9 – 12h15 – Lula se manifesta pela primeira vez sobre o caso e diz que alguém que “pratica assédio” não ficará em seu governo ao comentar as denúncias contra Almeida.
6/9 – 15h – Bancada feminina do Senado pede investigação de Almeida
6/9 – 15h13 – Antes de reunião com Lula, Anielle foi ouvida por AGU, CGU e Ministério das Mulheres
6/9 – 18h43 – Lula e Almeida se reuniram no Planalto no fim da tarde de sexta.
6/9 – 19h – Lula demite Silvio Almeida
6/9 – 20h34 – Rita Cristina de Oliveira, que era secretária executiva do Ministério dos Direitos Humanos, pediu demissão
6/9 – 20h50 – Almeida diz que pediu a Lula para ser demitido
6/9 – 20h50 – “Sou o maior interessado em provar a minha inocência”, diz Almeida
6/9 – 21h – Esther Dweck assume interinamente o Ministério dos Direitos Humanos