Ícone do site Jornal O Sul

Simone Tebet: os motivos pelos quais a candidata “abençoada” pela elite patina nas pesquisas

Apoio de economistas e empresários não se traduziu em aumento de votos para a senadora do MDB. (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

A menos de dois meses das eleições, as intenções de voto para a candidata do MDB, a senadora Simone Tebet, estão estacionadas em torno de 2%. Saiba abaixo quais são os motivos pelos quais a candidata “abençoada” pela elite patina nas pesquisas.

O nome de Tebet foi defendido por grupo de economistas e empresários no manifesto “A melhor via para o Brasil”, divulgado em junho, em meio a disputas internas para definir uma candidatura da chamada terceira via. Além disso, a chapa tem formalmente o apoio do PSDB – partido da candidata a vice, senadora Mara Gabrilli -, assim como do Cidadania e Podemos.

Entre os que manifestaram apoio a ela estão Affonso Celso Pastore, Ana Carla Abrão, Armínio Fraga, Candido Bracher, Luis Stuhlberger, Pedro Passos, Walter Schalka, entre outros.

O suporte de nomes de peso, no entanto, não se traduziu em aumento dos votos para a senadora do Mato Grosso, que tem apoio também no agronegócio.

Embora as pesquisas apontem que a senadora não tem chance de vencer esta eleição presidencial, os cientistas políticos apontam que a candidatura de Simone Tebet configura um projeto de mais longo prazo para ela – que amplia seu espaço também dentro do partido -, e uma espécie de reafirmação do MDB no cenário nacional.

Nara Pavão, cientista política e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), diz que se trata de “um símbolo importante”.

“Lançar um candidato, mesmo que não seja um candidato viável, é quase que uma declaração de que ´estamos aqui e essa é a cara do partido´. (…) Sustentar uma candidatura boa – que não decolou, mas que mostra que o MDB está ali – ajuda na reconstrução da marca do partido”, diz Pavão.

“O MDB e o PSDB precisam sobreviver e precisam insistir em candidaturas. Isso é muito importante para esses partidos, historicamente grandes, e que sofreram muito com o saldo da Lava Jato – que foi muito mais negativo para eles do que foi, por exemplo, para o PT, que é um partido que se sustenta muito no eleitorado. Esses outros partidos não têm muitos partidários, pessoas que defendam e que faça com que esses partidos não morram. Então eles têm muito medo de perder visibilidade.”

Mas por que a candidatura de Tebet estacionou neste patamar? Os motivos, segundo cientistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil, envolvem tanto questões específicas da candidatura de Tebet – o perfil de política tradicional e a demora para a definição de um nome do MDB e do PSDB -, quanto o contexto central desta eleição: a divisão dos eleitores entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A seguir, veja os principais pontos:

– Perfil de política tradicional;

– Conflitos internos e demora para definição;

– “Batalha de titãs”;

– “Voto útil”;

– Regras da eleição.

Sair da versão mobile