O Sindicato dos Bancários de Blumenau e Região (SEEB) impediu o Santander de atuar com a campanha nacional de renegociação de dívidas Desendivide neste sábado (22). O motivo é que uma legislação nacional impede os bancos de atuarem nos fins de semana.
Ainda na quinta-feira, uma liminar estadual determinou que cada agência que funcionasse neste sábado precisaria pagar uma multa de R$ 500 mil. De acordo com o Santander, a liminar foi cassada. Entretanto, como o sindicato não foi formalmente notificado, a validade da liminar se mantém.
“Para abrirem nessas situações de excepcionalidade o banco precisa negociar com o movimento sindical e o Santander não fez isso. O Santander não tem prática de negociar com o movimento sindical. Ele quer tratorar, atropelar e ignorar nosso trabalho”, aponta o presidente do sindicato, Edson Luiz Heemann.
A ação estava marcada para acontecer entre as 10h e as 14h deste sábado. A agência tentou abrir as portas e chegou a acionar os funcionários. Entretanto, após uma longa negociação com o sindicato, liberou os bancários.
No caso da agência da rua XV de Novembro, onde Edson esteve presente com cartazes e panfletos, o sindicato ainda acionaria a vigilância sanitária municipal caso o banco insistisse em funcionar. Segundo eles, o prédio está sem ar condicionado e funcionando apenas com ventiladores.
O sindicato permaneceu no prédio até as 14h para garantir que os funcionários não fossem chamados de volta. Ainda segundo o presidente, a mesma ação se repetiu em todas seis agências Santander da região.
Além das duas na rua XV, Blumenau possui uma no bairro Itoupava Norte e outra no Garcia. O mesmo ocorreu nas cidades de Pomerode e Gaspar. As ações devem seguir nos próximos dois meses, quando o Santander tem planejamento de retomar a ação.
Campanha nacional
Mais de 3 mil agências do Santander deveriam ter aberto as portas para que os clientes pudessem renegociar suas dívidas, no último sábado (22). Entre às 10 e às 14 horas, o banco realizaria a campanha “Desendivida Santander”, oferecendo condições especiais para os inadimplentes. Entretanto, sem negociar com o movimento sindical, a campanha foi inviabilizada.
Segundo o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, os bancários que trabalhassem as 4 horas deveriam compensar uma hora e meia para cada hora trabalhada. E a compensação se daria na semana seguinte, e não nos seis meses praticados por meio da Política Interna de Compensação de Horas.
O sindicato também frisou que não houve nenhuma negociação com o movimento sobre a abertura das agências no sábado, nem qualquer espaço por parte do banco a fim de melhorar as condições para os trabalhadores. De acordo com a entidade, houve unicamente uma conversa telefônica, por meio da qual foi informada a decisão, que já havia sido tomada pela direção do banco.
“É importante que haja conversas antes da comunicação pública, mas mais do que conversar, queremos espaço de negociação, espaço para colocar o sentimento do trabalhador, as condições de trabalho, as dificuldades impostas pela abertura num sábado, mas o Santander insiste na postura antissindical e antitrabalhador.”
Segundo o movimento sindical, o banco negou o pagamento de horas extras alegando dificuldades sistêmicas para tal.