A votação da PEC do voto impresso gerou uma situação vexatória e, no mínimo, irônica: o sistema 100% eletrônico de votação da Câmara teve um problema e nem todos os deputados conseguiram registrar os votos. Segundo Fernando Rodolfo (PL-PE), pró-voto impresso, ele e mais 49 deputados tentaram sem sucesso votar “independente se era sim ou não”. Mais grave foi que a Mesa Diretora disse estar ciente do problema e que “tentava resolver”, mas a votação foi encerrada 8 minutos depois.
Vapt-vupt
Rodolfo explicou que a Mesa informou às 21h50 que estava tentando resolver o problema no Infoleg, mas a votação foi encerrada às 21h58.
Números batem
Segundo dados do próprio Infoleg, 499 deputados haviam registrado presença no plenário na hora da votação, mas o quórum foi de 449.
No lixo
Mesmo com o problema no sistema Infoleg, as declarações de voto “por escrito” não foram contabilizadas, pois só valem os votos eletrônicos.
Sem chance
O deputado Marcelo Álvaro Antonio (PSL-MG), indignado, disse ter sido impedido de votar e que faria representação para refazer a votação.
CPI ignora que, pela lei, quem cala não consente
A CPI criou uma pérola da violação de direitos. Quem faz uso do direito constitucional de ficar em silêncio, consagrado no ordenamento jurídico brasileiro, recebe a censura de “silêncio incriminador”. Há senadores advogados na CPI, tem até promotor, mas parecem não saber que, em matéria processual penal, quem cala não consente. Está no parágrafo único do artigo 186 do Código de Processo Penal que o silêncio não importa em confissão, nem pode ser interpretado em prejuízo da defesa.
Isso não existe
Não existe “silêncio incriminador” pretendido pela CPI, disse experiente magistrado de Brasília à coluna, citando a Constituição e o direito penal.
Ora, o direito
Como usou o direito a permanecer em silêncio, o advogado que depôs ontem como testemunha foi “punido” com a condição de “investigado”.
Atira primeiro…
… pergunta depois: o juiz vê abuso quando a CPI quebra os sigilos fiscal, bancário e telemático antes mesmo de convocação para depoimento.
Apenas fofoca
“Muito lero”. Assim Arthur Lira (PP-AL) reagiu à fofoca de conchavo do clã Calheiros para em 2022 apoiar sua suposta candidatura ao governo de Alagoas. Lira é candidato a deputado e seguir presidindo a Câmara.
Marília na liderança
A deputada Marília Arraes (PT) aparece liderando todas as pesquisas de intenção de votos para as eleições de 2022, em Pernambuco. Sempre aparece muito à frente para o governo estadual ou para o Senado.
Bandeira desfraldada
O senador José Aníbal (PSDB-SP), que assumiu no lugar de José Serra, em licença para tratamento de saúde, já empunhou sua bandeira: a PEC que apresentou em 2016 acabando os supersalários no serviço público.
Negacionismo oportunista
O sindicalismo negacionista do trabalho ganhou outra na Justiça. Em São Paulo, conseguiu suspender as aulas, sob pena de multa diária de até R$500 mil. Que se lixe a maioria pobre dos alunos das escolas públicas, que precisam da Educação para mudar sua dura realidade.
Lá, pode
Joe Biden acabou a obrigatoriedade da máscara quando os EUA tinham 46,2% da população vacinada com uma dose ou dose única. O Brasil tem quase 60%, mas, quando o ministro da Saúde fala nisso, é insultado.
Idiotia crescente
Convocado à Câmara para explicar encontro em Roraima, Luiz Eduardo Ramos disse que se reuniu com madeireiras a pedido do senador Telmário Motta (Pros-RR). Depois o assunto foi “ameaças à democracia”.
Mentiu, pagou
Um blogueiro petista foi condenado pelo TJSP a pagar indenização de R$ 20 mil ao empresário Luciano Hang. O lulista acusou o dono da Havan de sonegar impostos, aplicar golpe no BNDES e fazer terrorismo eleitoral.
Sérgio
Completa 18 anos nesta quinta-feira (19) o covarde ataque terrorista com um carro bomba contra a sede das Nações Unidas, no Iraque, que vitimou o brasileiro Sérgio Vieira de Mello e outras 21 pessoas.
Pensando bem…
… será difícil escolher entre opções para presidente em 2022, já que os pré-candidatos empunham a mesma bandeira: contra Bolsonaro.
PODER SEM PUDOR
Ooops, errei
Em junho de 1991, deputado tucano, José Serra visitava Washington e foi almoçar na casa do embaixador Marcílio Marques Moreira. Desceu do táxi, bateu à porta e entrou. A empregada, cucaracha, avisou que o embaixador ainda não havia chegado. À vontade, Serra disparou telefonemas por conta da embaixada e, após folhear livros e mexer em papéis, descobriu meia hora depois que entrara na casa vizinha. A residência do embaixador da Bolívia.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos