O Brasil poderá adotar a regra da maioria dos países europeus, onde ministros só viajam em aviões oficiais quando não há voos comerciais para o destino. Ou por razões graves de segurança. Fora disso, usam voos de carreira. Esta pode estar entre as novas regras de uso de jatos da FAB, discutidas pelos ministérios da Casa Civil, da Defesa e da Secretaria Geral. O que já está definido é que viajar em avião da FAB será prerrogativa exclusiva de ministros titulares. Substitutos, não mais.
Como é por aí?
Onyx Lorenzoni (Casa Civil) disse que Bolsonaro recomendou observar a experiência de outros países na utilização de aeronaves oficiais.
Interesse público
Para usar jato da FAB, o ministro terá de demonstrar, de maneira transparente, o interesse público em sua viagem, explicou Onyx.
Fim da esperteza
O ministro disse que “não será mais possível” fazer viagens “casadas” para eventos em fins de semana nos seus estados.
Conforto a bordo
Outra mudança que pode ser adotada no novo regramento é autorizar ministros viajarem de classe executiva, mas só em longos percursos.
Petrobras contrata banco francês e esconde valor
A Petrobras vai vender a participação de 62,5% no campo de Papa-terra, na Bacia de Campos (RJ), que produz 17,3 mil barris de óleo equivalente por dia. Para isso, contratou o banco francês Crédit Agricole Corporate and Investment como o “assessor financeiro exclusivo” para conduzir o processo de venda. A estatal só se recusa a explicar quanto o banco francês vai levar para vender o ativo brasileiro e qual foi o procedimento para a escolha de um “assessor financeiro”.
Humm…
O Crédit Agricole registrava prejuízos em 2018, quando perdeu quase R$16 milhões no primeiro semestre. Em 2019 reverteu o quadro.
Total de petróleo
A estimativa da Petrobras é que existam no campo de Papa-terra quase 2 bilhões de barris de óleo equivalente (bpoe).
Estranho silêncio
Procurada para informar por que foi escolhido e quanto o banco francês deve ganhar no negócio, a Petrobras não respondeu.
Eles viajam, a gente paga
A “agência de viagens” dos “especiais” não para, após torrar R$31,3 milhões só em janeiro. “Secretária especial” da Secretaria de Governo, Deborah ganhou 8 dias em Abu-Dhabi, tudo pago, em evento sobre cidades. Ainda vai levar o nutricionista Daniel, “assessor especial”.
Trincheira do atraso
A justiça trabalhista se consolida como trincheira do atraso. Para barrar a modernidade e fechar a única saída para o futebol brasileiro, tenta impedir o Botafogo de virar clube-empresa do País.
Sem afobação
A deputada Marília Arraes (PT-PE) coloca a candidatura à prefeitura do Recife a serviço da unidade. Ela cita um político das antigas para evitar afobação: “Quem tem prazo não tem pressa, como diria Marco Maciel”.
Pelegada incorrigível
Completa uma semana nesta terça (4) o aviso da greve liderada pela pelegada da Petrobras contra “a política agressiva do atual governo”. Quando a estatal foi assaltada na era PT, eles criticavam… a Lava Jato.
Amigos de fé
O vídeo do secretário acusado de elogiar o nazismo não afetou a boa relação do governo Bolsonaro com Israel, que concordou em receber a escala do avião que trará brasileiros expostos ao coronavírus na China.
Investimento no Brasil
Apoiada pela recuperação da economia, a empresa americana de componentes para veículos Meritor, fornecedora da MAN no Brasil, vai investir R$200 milhões em nova fábrica em São Paulo. É um dos maiores investimentos da marca nos últimos 20 anos, no mundo.
Visita polonesa
No ano em que ambos os países celebram 100 anos de relações bilaterais, o chanceler da Polônia, Jacek Czaputowicz, de sobrenome quase impublicável e cheio de consoantes, visita Brasília nesta terça.
Só para jornalistas
Jornalões locais acharam relevante noticiar o boicote de jornalistas ingleses a coletiva do primeiro-ministro, após colegas serem barrados.
O narcisismo brasileiro não é compartilhado pelos jornais europeus.
Pensando bem…
… o Brasil tem doenças, literais e figuradas, e problemas (muito) mais letais que o vírus chinês.
PODER SEM PUDOR
Pudor sem poder
Geraldo Alckmin sempre foi um discreto vice-governador de Mário Covas. Tão discreto que era desconhecido nas repartições. Certa vez, no final da primeira gestão de Covas, ao chegar na Secretaria de Esportes, ele teve de preencher formulário na portaria, e ganhar crachá de “visitante” para entrar no prédio. No elevador, uma funcionária mais observadora fez-lhe um ligeiro aceno com a cabeça. Ele logo se animou: “Muito prazer, sou Geraldo Alckmin.” Ela tentou puxar pela memória: “Conheço o senhor de algum lugar…”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos