O coronavírus provoca gastos trilionários ao redor do mundo, incluindo no Brasil, para tratar doentes e ajudar os impactados pelo surto do vírus, mas provocou certas economias, digamos, simbólicas. Fez, por exemplo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pela primeira vez passar um mês inteiro sem usar jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB). O fato é significativo porque Maia fez 772 viagens desde que assumiu o cargo, em julho de 2016, realizando um voo a cada dois dias, em média.
Dupla viajante
O último passeio de Rodrigo Maia foi um bate-e-volta em SP, em 10 de março. Aliás, acompanhado do senador Davi Alcolumbre, seu pupilo.
Recorde absoluto
Só no ano passado, Rodrigo Maia viajou 250 vezes nas asas da FAB. Viaja desde o primeiro dia de mandato, ao substituir Eduardo Cunha.
Sonho interrompido
O coronavírus pode ter inviabilizado a marca do milésimo voo de Rodrigo Maia, mas não se deve subestimar sua capacidade de inventar viagens.
Uso e abuso
O abuso tem nome e sobrenome: aeronaves da FAB são privativas de ministros e dos presidentes da Câmara, do Senado e do STF.
Acidente em laboratório pode ter iniciado Covid-19
Comunicados recebidos pelo Departamento de Estado do governo dos EUA confirmam uma suspeita que tem sido tabu nas redes sociais e no noticiário, e pode explicar o nervosismo do governo da China quando alguém lembra que “o vírus é chinês”: o surto do novo coronavírus pode ter começado após um acidente de trabalho no laboratório Instituto de Virologia de Wuhan, na China, segundo informam jornais americanos.
Americanos sabiam
Dois telegramas de diplomatas dos EUA alertaram para a insegurança do laboratório e mencionaram “coronavírus do tipo SARS de morcegos”.
Transmissão para humanos
Os informes de diplomatas americanos, citados pelo jornal Washington Post, alertavam que o vírus “poderia ser transmitidos a seres humanos”.
Ligação proibida
Ao contrário de outras “teorias da conspiração”, ignoradas pelo governo chinês, quando se trata de Covid19, os chineses sobem nas tamancas.
A briga é política
O “socorro” aos estados, sobretudo da região sudeste, sem precisar cortar despesas, é uma articulação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com os governadores da região. O que eles têm em comum? Quase todos usaram Bolsonaro para se eleger e hoje o detestam.
Futuro ministro
O deputado Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania, só não será ministro da Saúde se não quiser. E ele quer, e já deve ter mandado fazer o terno da posse. O “plano B” é a médica Nise H. Yamaguchi.
Ministro Barichello
Mandetta anunciou somente ontem, cinquenta dias após o início da pandemia, que 40 voos vão trazer materiais da China. E só ontem os estados foram orientados a informar ao Ministério da Saúde o número de leitos ocupados com pacientes de coronavírus. Pedala, ministro!
Tudo pelo cargo
Certos políticos devem ter sangue de barata. Poucos dias após vazar o esculacho do ministro Onyx Lorenzoni (Cidadania) nele, Mandetta trocou elogios com o colega, durante coletiva de ontem, no Palácio do Planalto.
Alô, PF
O “estado de calamidade” em estados e municípios, inclusive onde não há a doença, faz prever gastos espetaculares sem licitação, a pretexto de combate ao coronavírus. A Polícia Federal vai ter trabalho.
Eleição virtual
Pela primeira vez, um tribunal elege em votação virtual o seu presidente. Domingos Jorge Chalub, dos magistrados mais admirados do Estado, presidirá o Tribunal de Justiça do Amazonas no biênio 2021 a 2022.
Notícia boa
O total de infectados no mundo atingiu a marca de um milhão no último dia 2. Nesta quarta (15), chegou a dois milhões, mas a boa notícia são os 1,82 milhão curados ou que apresentam apenas infeções leves.
Café cada vez mais frio
A coletiva diária criada por Rodrigo Maia para manter o holofote foi cortada em todos os canais jornalísticos de TV, na tarde desta terça (14), para mostrar a entrevista de ministros no Palácio do Planalto.
Pensando bem…
… o coronavírus trouxe ao menos um fator positivo: serve para mostrar aos gestores a inutilidade de certas repartições públicas.
PODER SEM PUDOR
Um favor de Brizola
Concluída uma reunião da Frente Trabalhista, figuras ilustres e outras nem tanto do PTB, PDT e PPS acorreram ao aeroporto de Brasília e entraram na lista de espera dos vôos para o aeroporto Santos Dumont, no Rio. Entre eles, Leonel Brizola. A funcionária da finada empresa aérea RioSul, que chamava os passageiros à medida em que surgiam vagas, gritou o nome de Brizola cinco vezes, sem obter resposta. Ele acabou perdendo o lugar para um militante do PDT do Rio, que gritou: “Finalmente o Brizola fez alguma coisa por mim!” Até o velho caudilho caiu na gargalhada.
Com André Brito e Tiago Vasconcelos