Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2019
Além do ofício como ator, Mateus Solano tomou para si uma responsabilidade muito nobre. Ser ativista a favor do meio ambiente e da sustentabilidade se tornou para ele uma missão de vida.
Sempre à frente de projetos ecológicos, Mateus não defende a causa ambiental de boca para fora. Ele revelou ter carro híbrido (veículo que pode funcionar como elétrico), composteira e teto solar em casa, ferramenta que reduziu em 200% a conta de luz de sua família, além de ter atitudes ecológicas no dia a dia. Além de ser amigo da natureza e da arte, Mateus também defende a tolerância. O ator falou sobre a criação dos filhos (Benjamin e Flora), do casamento com Paula Braun, e contou que já sofreu bullying na infância.
Cinco anos depois do sucesso do Félix [de “Amor à Vida], o Brasil ainda segue sendo um dos países onde mais há crimes homofóbicos. Acha que a criminalização da homofobia vai ajudar a reduzir esses números?
“Ajuda sim. Reduzir o número é um resultado prático. Todo passo é um passo. O tamanho dele depende da história. Depois do beijo gay que o Brasil todo aplaudiu, porque o país continua tão homofóbico? Mostra que o beijo gay não foi comemorado por tanta gente assim, que vivemos numa bolha”.
Como você analisa esse avanço de ter cada vez mais personagens gays na TV?
“A TV Globo segue uma tendência mundial, mesmo num governo indo para trás, a emissora continua indo para frente, de falar sobre diferenças e intolerância, sobre coisas que unem ao invés de segregar como esse governo gosta de fazer. É uma tendência de inclusão, pluralidade, entender que o ser humano é muito maior. Isso é muito bom. Isso leva para uma direção muito mais livre. As pessoas costumam confundir liberdade com coisa caótica. Mas a tendência é a gente ir para um lugar para se aceitar e dar as mãos”.
Como reagiria caso tivesse um filho gay?
“Nenhum problema. Outro dia mesmo estava pensando sobre isso. Até porque vi um filme que tinha uma trans que tinha se transformado aos 40 anos. Fiquei me colocando no lugar dos pais dela. A minha vontade que meus filhos sejam heterossexuais está muuuuito abaixo da minha vontade que sejam felizes do jeito que for melhor para eles”.
Mas teria a preocupação de orientar seus filhos, principalmente sobre violência?
“Sim, é claro. Acho que a gente tem que tomar cuidado com as pessoas sempre, principalmente quando a criança está crescendo. Se você for uma pessoa passiva como eu fui, por exemplo, aí vão arranjar bullying com você de qualquer maneira. Eu sofria bullying porque era judeu e fazia teatro. Mais se eu fosse uma pessoa mais ativa quando criança, ninguém ia se meter comigo porque sou judeu e porque faço teatro, ninguém ia falar de Hitler ou de falar que eu era veado. Tenho que tentar ajudar o meu filho a não deixar de ser quem é. Não de ensinar a bater ou revidar e sim ser uma pessoa inteligente com argumentos”.