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Carlos Roberto Schwartsmann Sofrimento

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(Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Na medicina a traumatologia está do lado oposto da psiquiatria.

Por isso leio e tento compreender o que é sofrimento. Sofrer deriva do latim “Sufferre” que significa dizer “Sob ferros”. Isto é amarrado, acorrentado, submetido a força. É um sentimento intrinsecamente associado a dor e a infelicidade.

O sofrimento é inevitável na vida do ser humano. Esta intimamente entrelaçado com medo, tristeza, ansiedade, aflição, raiva, revolta e pesar.

Ele pode ser físico (doença, fratura) ou psíquico (desordem emocional).

Pode ser individual ou coletivo.

Na tragédia que nos abateu, todos estes sentimentos estão misturados como frutas no liquidificador. Mas nosso sofrimento é principalmente coletivo. É só se debruçar e ver as imagens no televisor: lares e famílias destruídas.

Freud, psicanalista, descreveu 3 fontes de sofrimento que vão atingir o ser humano durante sua existência: A decadência e a deterioração do nosso corpo, as oriundas das nossas relações humanas e o poder implacável e devastador das forças da natureza.

É justamente esta última que está afetando todos nós nestes intermináveis dias.

Talvez poderíamos acrescentar outros tipos de sofrimentos coletivos decorrentes da irracionalidade humana: Os atentados, os massacres nas escolas…

A guerra é a revelação maior da estupidez e imbecilidade humana!

Oferecendo um pouco de conforto psicológico, para aqueles que estão sofrendo desesperadamente mais, certifico que nós estamos sofrendo juntos. Também estamos muito tristes e abalados!

Os religiosos acreditam que é uma oportunidade divina para o crescimento da fé.

Diz um velho aforisma “A fé remove montanhas”!

Na medicina sabemos que a fé cura doenças.

No sofrimento é que valorizamos e entendemos melhor o que é amor, caridade, fraternidade, solidariedade, e humanismo.

Depois da dor, da desgraça e do sofrimento vem a alegria e a felicidade. Podem ter certeza, o sofrimento é finito!

(Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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