Sábado, 08 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de abril de 2024
O mercado da soja virou e operava no vermelho na Bolsa de Chicago (EUA) na tarde dessa segunda-feira (1). Perto de 13h50min (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa perdiam de 4,75 a 6,25 pontos, com o maio valendo US$ 11,85 e o agosto, US$ 11,98 por bushel. Não cedia só a soja em grão, como o farelo – com perdas de mais de 1,5% -, milho – com quase 2% de queda – e o trigo.
“O mercado reage a um dólar mais forte e os dados do USDA da semana passada”, afirma a equipe da Agrinvest Commodities.
O mercado na CBOT ainda termina de digerir os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre a intenção de plantio para a safra 2024/25 norte-americana – indicando um aumento de 3% em relação à safra anterior – e os estoques trimestrais do país, que vieram acima das expectativas do mercado.
Além disso, nessa segunda, o mercado ainda recebeu os números dos embarques semanais também reportados pelo USDA, os quais vieram abaixo das expectativas no caso da soja e exercem pressão sobre as cotações. Os embarques semanais foram de 414,484 mil toneladas, porém, o intervalo esperado era de 500 mil a 900 mil. Com este volume, o total já embarcado de soja pelos EUA em todo ano comercial chega a 36,981,053 milhões de toneladas, 19% menos do que há um ano.
“Além disso, alguns outros fatores pressionam os preços, como a alta do dólar, o olho no macroeconômico e a aversão ao risco. Esse não é um momento bom para os EUA, mas quando falamos de Brasil, poderíamos esperar por uma valorização dos prêmios para que os preços acertem essa queda de Chicago”, afirma a analista de mercado Marta Guimarães, da Royal Rural.
Aos poucos, as atenções do mercado também começaram a se concentrar mais nas condições climáticas dos Estados Unidos, já que os trabalhos de campo por lá se iniciaram e o primeiro reporte de acompanhamento de safras chega nesta segunda-feira, também pelo USDA. Os primeiros números estarão mais direcionados ao milho, uma vez que o plantio do cereal se inicia antes no país.
Safra de soja do Brasil
A safra de soja do Brasil em 2023/24 foi estimada nessa segunda-feira em 150,8 milhões de toneladas, redução de cerca de 750 mil toneladas na comparação com a estimativa do mês anterior, segundo relatório da consultoria StoneX.
“O ciclo está com a colheita mais avançada, permitindo-se ter uma ideia melhor do tamanho real da safra, que, neste ano, foi alvo de muitas incertezas e divergências entre as várias estimativas, como reflexo do clima adverso que afetou as lavouras”, disse a especialista de inteligência de mercado do grupo, Ana Luiza Lodi, em nota.
Segundo a StoneX, o ajuste negativo foi resultado de cortes de produtividade nos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. As informações são do site Notícias Agrícolas.