Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), jantou com Bolsonaro, no Royal Tulip, em Brasília e fez um alerta: baseado em pesquisa fresquinha da associação, prevê… muita “quebradeira” até o fim do ano.
Estavam também os ministros Rogério Marinho e Marcelo Álvaro Antônio.
A má noticia vem de dados colhidos este mês. Ele mostra que 68% dos donos de bares e restaurantes do País registram baixo faturamento na reabertura e prejuízo certeiro. E que apesar de terem demitido fortemente na pandemia, 65% do setor não pretende recontratar.
Para tentar desanuviar essas nuvens negras, Solmucci pediu ao presidente a criação de grupo ministerial para estudar medidas adicionais. Saiu animado, com promessa de nova reunião com o ministro do Turismo… “em breve”.
Pix
O Pix, serviço de pagamentos regulado pelo Banco Central, entra em operação em novembro. Ele promete revolucionar o modo como os brasileiros transacionam valores – seja pagamentos, seja transferências de dinheiro.
Para os bares e restaurantes as mudanças devem ser muito benéficas, tanto na hora de receber os pagamentos dos clientes quando na hora de realizar pagamentos a fornecedores, por exemplo. A previsão vem não só do Banco Central, mas também dos especialistas que participaram do painel: Vinicius Carrasco, sócio e economista-chefe da Stone, e Carlos Netto, CEO da Matera.
Carlos Brandt e Breno Lobo fizeram uma extensa e aprofundada apresentação sobre a plataforma. Segundo Brandt, o Pix já nasceu em um ambiente de acelerada evolução tecnológica, com as pessoas cada vez mais acostumadas e confortáveis no uso dos aplicativos para celular, por exemplo.
“O Pix não traz só conveniência, mas também muita segurança. No celular, por exemplo, é possível colocar autenticação no aparelho. E não é preciso colocar os dados de cartão de crédito. Isso fecha a porta para as fraudes e agrega valor à experiência do usuário”, diz Carlos Brandt, que é chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central.
Segundo Breno Lobo, a abrangência da plataforma será ampla e abrirá espaço para ainda mais inovação. “São 980 instituições em processo de adesão. Todas elas estão em processo de verificação. Elas vão concorrer entre si para levar o melhor serviço e também teremos uma competição de preço e de serviços inovadores”, diz Lobo.
“Outro ponto importantíssimo é o da tarifação. Primeiro, não há tarifa para o usuário final. Por outro lado, há um custo de ressarcimento do banco central pelo custo operacional. Mas ele é muito baixo e será menor do que os atualmente cobrados pelas operadoras de cartão”.
Ele também antecipou uma novidade da plataforma: em 2021, bares e restaurantes poderão começar a operar como agentes de saque através do Pix. Uma funcionalidade que ajudará a atrair e reter clientes nos estabelecimentos.