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Por Redação O Sul | 12 de julho de 2017
Uma espaçonave da Nasa (agência espacial norte-americana) em órbita ao redor de Júpiter começou a transmitir na terça-feira (11) dados e imagens da maior aproximação humana da Grande Mancha Vermelha, em um sobrevoo da colossal tempestade carmesim que fascina observadores da Terra há centenas de anos.
A sonda Juno registrou seu contato imediato com a característica mais marcante de Júpiter na noite de segunda-feira (10), pelo horário da costa do Pacífico, ao passar cerca de 9 mil quilômetros acima das nuvens do ciclone monumental.
Mas ainda irá demorar dias para que as leituras capturadas pelo conjunto de câmeras e outros instrumentos da Juno cheguem aos cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato de Pasadena, na Califórnia (Estados Unidos), e muito mais tempo ainda para que os dados sejam analisados.
Os cientistas esperam que o exercício ajude a desvendar mistérios como quais forças estão induzindo a tempestade, há quanto tempo ela existe, o quão fundo ela penetra na baixa atmosfera do planeta e por que parece estar se dissipando gradualmente.
Astrônomos também acreditam que um entendimento maior da Grande Mancha Vermelha pode dar pistas sobre a estrutura, a mecânica e a formação de Júpiter como um todo.
“Esta é uma tempestade maior do que a Terra inteira. Ela está lá há centenas de anos. Queremos saber o que a estimula”, disse Steve Levin, principal cientista de projeto da missão Juno no laboratório californiana.
Levin disse que se acredita que a tempestade é alimentada por energia que emana do interior de Júpiter combinada com a rotação do planeta, mas os mecanismos internos exatos são desconhecidos.
Alguns dos dados mais preciosos do sobrevoo da última segunda-feira devem vir de um instrumento concebido para analisar a Grande Mancha Vermelha em seis profundidades diferentes, disse Levin.
O ciclone é a maior tempestade conhecida do Sistema Solar, já que tem cerca de 16 mil quilômetros de diâmetro e ventos que chegam a centenas de quilômetros por hora em suas extremidades. Ele tem a aparência de uma esfera vermelha e profunda cercada por camadas de amarelo pálido, laranja e branco.
O encontro de segunda-feira com a Grande Mancha Vermelha foi a mais recente de 12 missões de sobrevoo atualmente agendadas pela Nasa para a Juno, que deve fazer sua próxima aproximação do alto das nuvens de Júpiter em 1º de setembro.
Juno
Lançada pela Nasa em 5 de agosto de 2011, a sonda Juno percorreu cerca de 2,8 bilhões de quilômetros nesses quase seis anos até chegar a Júpiter. No caminho, ela passou pelas cercanias de nosso planeta em outubro de 2013 para receber um impulso gravitacional que elevou sua velocidade a mais de 200 mil km/h em relação à Terra para alcançar o gigante gasoso. Além disso, nesta aproximação final, a gravidade do próprio Júpiter acelerou ainda mais a sonda, que ultrapassou os 250 mil km/h, tornando-se um dos objetos mais velozes já construídos pela Humanidade.