Quase dois meses depois da ousada manobra que a colocou na órbita de Júpiter no início de julho, a sonda Juno, da Nasa (agência espacial americana), realizou seu primeiro voo rasante sobre o maior planeta do Sistema Solar. Segundo a agência, a Juno passou a meros 4,2 mil quilômetros acima da grossa camada de nuvens no topo da atmosfera de Júpiter – a maior aproximação prevista durante toda sua missão primária, que deverá durar até fevereiro de 2018 – à fabulosa velocidade de 208 mil quilômetros por hora em relação ao planeta.
“A telemetria prévia pós-sobrevoo indica que tudo aconteceu como o planejado”, afirmou Rick Nybakken, gerente de projeto da Juno no JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa em Pasadena, na Califórnia (EUA).
Esta foi também a primeira vez que todos os instrumentos da sonda estavam ligados e voltados para o gigante gasoso desde que a Juno entrou na órbita de Júpiter em 4 de julho.
“Então, desligamos todos nossos instrumentos para nos focarmos no acionamento do foguete para pôr a Juno na órbita em torno de Júpiter”, disse Scott Bolton, cientista-chefe da missão. “De lá para cá, inspecionamos a Juno de proa a popa e vice-versa. Esta é nossa primeira oportunidade de realmente observar de perto do rei de nosso Sistema Solar e começar a desvendar como ele funciona.”
Segundo Bolton, os primeiros dados coletados no sobrevoo são “intrigantes”, mas ainda vão demorar dias para que sejam transmitidos para a Terra e ainda mais “para começar a entender o que a Juno e Júpiter estão tentando nos dizer”.
Orçada em 1,1 bilhão de dólares (cerca de 3,6 bilhões de reais), a missão Juno tem como principal objetivo ajudar a revelar os mistérios da origem de Júpiter – provavelmente o primeiro planeta a se formar na nuvem de gás e poeira que circundava o recém-nascido Sol há cerca de 4,6 bilhões de anos –, e desta forma obter pistas sobre a formação do próprio Sistema Solar.