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Sondagem da Fiergs revela perspectiva negativa para próximos meses

A Sondagem Industrial do RS, divulgada nesta sexta-feira (31) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), revelou um cenário de contrastes para o setor industrial. Enquanto a produção apresentou um bom desempenho em abril, alcançando 52 pontos, as expectativas dos empresários para os próximos meses voltaram ao terreno negativo, influenciadas pela calamidade climática recente.

Em abril, a produção industrial do RS registrou um crescimento significativo, com o índice atingindo 52 pontos. Este foi o terceiro avanço consecutivo, uma tendência não observada desde agosto de 2022, superando a média histórica de 45,5 pontos para o mês. O presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, ressaltou que, apesar deste desempenho positivo, o impacto das enchentes não pode ser subestimado. “A situação de calamidade no Estado irá interferir de forma negativa no curto, médio e longo prazos. Ainda não sabemos quanto tempo precisaremos para nos recuperar e reerguer, algumas indústrias perderam tudo”, afirmou Petry.

O aumento na produção foi impulsionado por um mês com mais dias úteis: abril de 2024 teve 22 dias úteis, dois a mais que março e quatro a mais que abril de 2023. Este fator calendário pode ter contribuído para os resultados robustos do mês.

Apesar do crescimento na produção, houve uma ligeira redução nos postos de trabalho de março para abril, após dois meses de expansão. O índice de emprego ficou em 49,6 pontos em abril, indicando uma contração menos intensa que a média histórica do mês (47,8). Valores abaixo de 50 pontos sugerem uma queda no emprego em relação ao mês anterior.

A utilização da capacidade instalada (UCI) também aumentou, subindo para 71% em abril, um ponto percentual acima do mês anterior e 1,8 pontos percentuais acima da média histórica. No entanto, o índice de UCI em relação à usual ficou em 44,2 pontos, indicando que os empresários consideraram o nível de UCI abaixo do normal para o mês.

Os estoques de produtos finais continuaram a crescer pelo terceiro mês consecutivo, permanecendo ligeiramente acima do desejado pelas empresas. O índice de evolução mensal dos estoques foi de 51,9 pontos, e o índice de estoques em relação ao planejado foi de 51,6 pontos, ambos acima da marca dos 50 pontos, sinalizando estoques além do planejado.

As expectativas dos empresários para os próximos seis meses se deterioraram devido às enchentes. Os índices de demanda, exportações e compras de matérias-primas, que estavam positivos em abril, caíram abaixo de 50 pontos em maio. A expectativa de demanda caiu de 54,7 pontos em abril para 49,2 em maio; exportações passaram de 50,3 para 48,2 pontos; e compras de matérias-primas foram de 52,2 para 47,9 pontos.

As perspectivas de emprego, que já estavam negativas em abril (49,5 pontos), pioraram para 46,3 pontos em maio. O índice de intenção de investir também recuou, de 52,5 pontos em abril para 50,3 pontos em maio, abaixo da média histórica de 51,4 pontos. Em maio, 52,2% das empresas estavam dispostas a realizar investimentos nos próximos seis meses, uma queda em relação a abril, quando 55,7% estavam dispostas.

A pesquisa completa pode ser acessada no Observatório da Indústria da Fiergs: Sondagem Industrial.

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