Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de novembro de 2024
O ex-presidente José Sarney discorda do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), sobre os rumos da sigla em 2026. Se o chefe do Executivo paulistano acredita que seu partido deve marchar ao lado de Jair Bolsonaro (PL) e o candidato que ele indicar, como apontou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Sarney defende o caminho oposto. Para ele, a sigla não tem motivos para não apoiar a reeleição de Lula, que comanda um governo com três ministros da legenda. O emedebista se diz amigo pessoal do presidente e, em conversa com o Estadão, rasga elogios ao aliado que um dia já foi adversário político. Sarney acompanhou as eleições deste ano e comemorou o crescimento do MDB, que elegeu 864 prefeitos. Leia abaixo alguns trechos da entrevista.
O candidato que ganhou e se reelegeu na maior cidade do País foi o prefeito Ricardo Nunes, apoiado por Bolsonaro. O que nos leva a deduzir que em 2026, Nunes estará com ele, não é? “Sou amigo pessoal do Lula, gosto muito dele. De maneira que, se o Lula for candidato, sou da opinião que nós devemos apoiar o Lula. E ele está fazendo um bom governo, não tá? Tá. Como sempre fez em outros mandatos. O Lula tem uma grande presença, veio da classe trabalhadora e representa a visão da população. Ele foi o homem que estendeu a participação de todas as classes no governo.
O apoio de Nunes parece que se deveu mais ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) por que, se fosse pela lógica, o MDB tem três ministérios no governo do presidente Lula… O MDB tem três ministérios robustos entre as 37 pastas importantes: Planejamento, pasta central da Economia, com Simone Tebet; Cidades, de diálogo constante com municípios, com Jader Filho; e Transporte, com grande orçamento e diálogo constante com os estados, com Renan Filho… Mas acontece que não há um apoio formal. Todo ele é informal.”
– Como informal? “Quero dizer que não é uma decisão que o partido tenha formalmente tomado. Foram escolhas que resultaram de um diálogo constante porque nós estamos ainda numa fase de apoio entre os partidos.”
– O senhor ficou feliz com o desempenho eleitoral do MDB aqui no Estado de São Paulo, à exceção de Nunes que se elegeu jurando apoio a Bolsonaro? “O que aconteceu foi que o Brasil ficou grudado, olhando para a Prefeitura de São Paulo e muitos partidos desapareceram e o MDB está firme e forte. Um virou uma coisa, outro virou outra coisa. Mas o MDB tem raízes históricas.”
– O que o senhor acha da ideia que se fala de Pablo Marçal, ser candidato em 2026? E o MDB poderia ter um candidato forte na próxima eleição? “Eu não posso entrar nessa coisa (de falar sobre o futuro de Marçal), porque eu não quero discutir o que ele ou outro vão fazer ou não. Eu já estou na fase de estar olhando as coisas com uma certa isenção, de longe.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.