Ícone do site Jornal O Sul

Starship, nave mais poderosa do mundo, pousa no oceano em retorno à Terra

A nave Starship continuou a voar sozinha, usando seus seis motores, antes de praticar uma manobra de pouso sobre o Oceano Índico. (Foto: Divulgação/SpaceX

A SpaceX lançou com sucesso o mais recente voo de teste do Starship na manhã desse domingo (13), o sistema de foguete mais poderoso já construído, que pode um dia ser usado para levar humanos à Lua e a Marte. A decolagem do foguete Super Heavy, com a nave Starship não tripulada no topo, ocorreu às 9h25 (horário de Brasília) durante uma janela de lançamento de 30 minutos que se abriu às 9h, na base da SpaceX em Boca Chica, Texas.

Pela primeira vez, esta missão de demonstração incluiu uma tentativa ambiciosa de manobrar o foguete de 71 metros até uma enorme estrutura de pouso, após queimar a maior parte de seu combustível e se separar da nave Starship. O Super Heavy foi capturado com sucesso no ar por um par de grandes pinças de metal, que a SpaceX chama de “hashis”.

Enquanto isso, a nave Starship continuou a voar sozinha, usando seus seis motores, antes de praticar uma manobra de pouso sobre o Oceano Índico. A SpaceX não espera recuperar a parte superior da espaçonave. O objetivo de cada marco é descobrir como a SpaceX pode, no futuro, recuperar e reutilizar rapidamente os propulsores Super Heavy e as espaçonaves Starship para futuras missões. Reutilizar rapidamente as partes do foguete é considerado essencial para o objetivo da SpaceX de reduzir drasticamente o tempo e o custo de enviar cargas — ou naves com pessoas — à órbita da Terra e ao espaço profundo.

A SpaceX planeja, em última análise, usar a cápsula Starship como o veículo de pouso que transportará astronautas da Nasa à superfície lunar já em 2026, como parte da missão Artemis III. A empresa possui contratos governamentais de até quase US$ 4 bilhões para completar essa tarefa. Eventualmente, a SpaceX também espera que o Starship coloque os primeiros humanos em Marte.

Explorando limites

O desenvolvimento do Starship tem se concentrado em uma série de voos de teste cada vez mais complexos, começando em 2019 com pequenos testes de salto de um veículo apelidado de “Starhopper”, que inicialmente levantou apenas alguns centímetros do solo. Mais recentemente, a empresa passou para lançamentos mais ousados da cápsula Starship e do propulsor Super Heavy totalmente empilhados.

O primeiro voo de teste do Starship e do Super Heavy — chamado de voo de teste integrado — decolou em abril de 2023. Esse lançamento visava apenas tirar o veículo de 121 metros (397 pés) da plataforma de lançamento. E conseguiu, antes de explodir minutos após a decolagem sobre o Golfo do México.

A SpaceX é conhecida por abraçar falhas explosivas nas primeiras fases de desenvolvimento de espaçonaves, dizendo que esses fracassos ajudam a empresa a implementar rapidamente mudanças de design que levam a melhores resultados.

Os objetivos da empresa têm se tornado mais ambiciosos a cada lançamento.

O último voo de teste — o quarto da campanha de voos de teste integrados da SpaceX — decolou em junho. Tanto o propulsor quanto a espaçonave, apesar de exibir uma asa bastante chamuscada e instável durante a transmissão, sobreviveram à reentrada na atmosfera terrestre e praticaram manobras de pouso sobre o oceano, um passo significativo à frente.

A SpaceX levou seus testes ainda mais longe, recuperando o propulsor Super Heavy após o lançamento. A empresa planeja, no futuro, recuperar e reutilizar tanto o Super Heavy quanto a espaçonave Starship. Mas resolver a recuperação do propulsor é um primeiro passo natural, já que a SpaceX tem vasta experiência nessa área.

Pousar propulsores de foguete após o voo é uma façanha que a SpaceX dominou com seu foguete menor, o Falcon 9. Os propulsores desse foguete fizeram pousos suaves em plataformas marítimas ou em terra após mais de 330 lançamentos, permitindo que esses veículos fossem reformados e voassem novamente. A SpaceX afirma que isso reduziu seus custos, permitindo à empresa superar o resto do mercado de foguetes.

No entanto, o Starship é um sistema muito mais poderoso e complexo. Com 33 motores em sua base, cada um mais poderoso que um dos nove usados no Falcon, o propulsor Super Heavy oferece cerca de 10 vezes mais empuxo na decolagem. As informações são do portal de notícias G1.

 

Sair da versão mobile