Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 4 de julho de 2022
Assessores próximos do presidente Jair Bolsonaro (PL) já suspeitam que o Supremo Tribunal Federal (STF) continua ignorando o decreto de graça ou perdão ao deputado Daniel Silveira (RJ), 73 dias depois de sua assinatura, além de ignorar pedidos para a extinção da pena, porque apostaria na derrota do chefe do governo, em outubro, para que o sucessor anule a medida de 22 de abril. Silveira ainda recebe do STF tratamento de condenado e de investigado no inquérito das fake news.
Cumpra-se
Solicitado a se manifestar, o procurador-geral da República, Augusto Aras, considerou que o decreto, constitucional, deve ser cumprido.
Crime de opinião
Bolsonaro assinou o decreto indultando Silveira no dia seguinte à sua condenação, no STF, de 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado.
Decreto fulminante
Enquanto o País discutia a dosimetria desproporcional e as manobras para se chegar à sentença, Bolsonaro assinou o decreto fulminante.
Xeque-mate
Durante algumas semanas, ministros do STF discutiram internamente formas de anular o decreto presidencial, mas não havia o que fazer.
Extrema-esquerda ganha súbita força no Datafolha
Ainda apostando na vitória de Lula (PT) no primeiro turno contra Jair Bolsonaro (PL), o Datafolha apresentou números em São Paulo, Rio de Janeiro, e Minas Gerais que são reveladores de uma curiosa surpresa nos três maiores Estados brasileiros: pontos elevados de pré-candidatos de partidos da extrema-esquerda, como PCB e PSTU. Desconhecidos na política, no noticiário e até mesmo nas redes sociais, esses nanicos radicais superam até a rica pré-candidatura de Simone Tebet, do MDB.
Mais que histórico
No Rio, Eduardo Serra, do velho “partidão”, teria 6% dos votos. Com os 5% de Cyro Garcia, a dobradinha PCB-PSTU tem 11%, diz o Datafolha.
‘Força’ local
Em Minas Gerais, candidatos do PSTU e PCB têm somados 5% ou 6% dos votos, segundo o Datafolha, a depender do cenário.
Datafolha x Realidade
Gabriel Colombo (PCB) tem 3% em SP e Altino Junior (PSTU), 2%. Em 2018, o PSTU obteve 0,08% dos votos e o PCB não teve candidato.
Bateção de cabeça
Primeiro foi a mediação de André Mendonça sobre ICMS a 17%, que não agradou a governadores. Eles buscaram a mediação de Gilmar Mendes em busca de desrespeitar uma lei aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente. Agora, foi a vez de Rosa Weber também entrar no caso.
Prioridades
Enquanto se discute CPI do MEC e Petrobras, e novas ameaças de ação para o STF atuar como tutor, o Congresso tem uma fila de ao menos 39 comissões prontas para os trabalhos, mas dormitando na gaveta.
Agenda ‘difusa’
Ao mesmo tempo em que a Câmara se debruça sobre a PEC do Alívio para brasileiros mais necessitados e a regulamentação do teletrabalho, os parlamentares gastam um tempo precioso com revisão da Lei Pelé.
Desde Dilma
A Proposta de Emenda à Constitucional que veda subsídio para ex-chefes de poderes está na gaveta do Congresso há 11 anos e a de licença maternidade em casos de bebê prematuro, há sete.
Lados consolidados
A sensação de que a campanha acontece há mais tempo do que sugere o calendário da Justiça Eleitoral é justificado: indecisos, diz a Potencial Inteligência são apenas 6,6% e votos brancos e nulos 5,5% da pesquisa.
Alhos e bugalhos
A Amazônia voltou a ser destaque pelo aumento dos “focos de calor”, que na imprensa viram “queimadas”. Em audiências, ambientalistas já externaram preocupação com a tradução que chamam de equivocada.
Ficou a dúvida
O momento informal entre Tucker Carlson e Eduardo Bolsonaro foi publicado no Twitter pelo próprio deputado, que no final do papo diz: “Aqui [no Brasil] temos uma vantagem”, antes de cortar o vídeo.
Incompreensível
Ao citar queda dos preços da gasolina, R$5,97, e do etanol, R$3,97, em Campinas (SP), Rogério Marinho espera que a governadora potiguar Fátima Bezerra (PT) desista da ação no STF. “Ajude o povo”, disse.
Pensando bem…
… só no Brasil a maioria de 11 é maior que a maioria de 594.
PODER SEM PUDOR
Haveria a quem pedir?
Graciliano Ramos e Otto Maria Carpeaux eram companheiros de copo e de cruz, na redação do bravo Correio da Manhã, e no bar do Hotel Marialva – onde sempre terminavam o dia curtindo interminável pessimismo. Certa vez, Carpeaux se espantou com o valor da nota: “Como as coisas estão, intelectual vai ter que pedir esmola…”. Graciliano apenas murmurou: “A quem?…”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
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