Ao determinar bloqueio da rede social ‘X’ no Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF), seus ministros e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que é chefiado pelo presidente do STF, deixarão de manter comunicação direta com 7,4 milhões de seguidores. A conta do próprio tribunal tem o maior número de pessoas que a seguem, mais de 2,6 milhões, seguido pelos ministros Flávio Dino (1,2 milhão) e Alexandre de Moraes (1,1 milhão). Eles abriram guerra ao X, mas não abrem mão de suas contas.
Atenção a menos
Postagens de Luís Barroso repletas de estocadas e sentido duplo contra o governo Bolsonaro fizeram sucesso junto aos 412,7 mil seguidores.
Decano mais distante
Decano do STF, o ministro Gilmar Mendes vai deixar da manifestar suas posições aos 517,6 mil seguidores bloqueados com o X.
Sem palavra oficial
Assim como o STF, o CNJ divulga notícias, notas oficiais e campanhas de utilidade pública a 890,5 mil seguidores, agora tudo sob censura.
Mantendo a coerência
Se têm ojeriza ao X, os ministros Cármen Lúcia, Toffoli, Fachin, Nunes Marques e Luiz Fux ao menos são coerentes: não têm contas ativas.
Anúncio de Galípolo pela imprensa irritou o Senado
O atabalhoado anúncio de Gabriel Galípolo para suceder a Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central irritou senadores, pegos de surpresa. O Senado tem a prerrogativa de sabatinar o indicado e votar a indicação, mas Lula ignorou a liturgia e não informou o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, tampouco o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, que fará a sabatina. Todos ficaram sabendo pela imprensa e não gostaram disso.
Dormiu no ponto
O escalado por Lula para antecipar a nomeação a Pacheco foi o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que não cumpriu o pedido.
Governo tem pressa
Governistas tentam resolver a sabatina e votação no mais tardar na segunda semana de setembro, dia 10. Sem muita chance de sucesso.
Casca de banana
A pressa governista é para ter tudo resolvido antes da próxima reunião do Copom que vai decidir sobre a taxa de juros, em 17 de setembro.
Tamanho do holofote
A audiência de seguidores dos ministros do STF e dos órgãos da Corte é maior que a audiência da TV Justiça, presente – por Lei – em todos os pacotes de TV do Brasil. Em 2020, o Ibope da TV Justiça era zero.
Mundo afora
A queda de braço de Elon Musk e Alexandre de Moraes repercute no Congresso dos EUA. A deputada María Elvira Salazar lembra que alertou que a liberdade de expressão no Brasil estava em perigo de extinção.
Chuva de propaganda
Após ameaça de bloqueio do X no Brasil, choveram na internet anúncios de serviços de VPN, que protegem a conexão e mascaram a localização do usuário, como ExpressVPN, Nord, Proton, Surfshark, CyberGhost etc.
Faça as contas
Os mais de 250 mil clientes brasileiros da provedora de internet por satélite Starlink, de Elon Musk, pagam ao menos R$ 175 por mês pelo serviço. A empresa preferiu o prejuízo de R$ 44 milhões por mês.
Convocação
Jair Bolsonaro convocou apoiadores para ato na Avenida Paulista (SP) no 7 de setembro, “De nada vale falarmos ou comemorarmos a independência se nós não temos liberdade”, refletiu o ex-presidente.
Impeachment avança
Bomba na plataforma “change.org” pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes “pelo bem da democracia”. O número de assinaturas disparou e já se aproxima de 1,2 milhão.
Esquerda no Nirvana
O bloqueio do X no Basil realiza o velho sonho da esquerda de liquidar redes sociais que não controla e nas quais a direita reina. Não é uma questão jurídica e sim política, estratégia para neutralizar críticos e rivais.
Elon encara
Chama atenção a atitude de Elon Musk de não se deixar intimidar, bem diferente de Mark Zuckerberger, criador do Facebook e CEO da Meta, que confessou esta semana haver cedido, entre outras, às pressões do governo Joe Biden para censurar temas incômodos para a Casa Branca.
Pensando bem…
…faz sentido o antigo ensinamento dos brasileiros do Nordeste profundo: “remédio para doido é outro na porta”.
PODER SEM PUDOR
Atrasar é doença
No final dos anos 1990, o presidente e o secretário-geral do PSDB, Teotônio Vilela (AL) e deputado Márcio Fortes (RJ), chegaram com grande atraso a uma importante reunião tucana. Fortes justificou: “O presidente Teotônio teve uma crise de um mal muito raro, o distúrbio cronotopocinético, mas já está tudo bem.” Ninguém entendeu nada, muito menos Vilela, que se sentia muito bem: “Que diabo de doença você me arrumou?”, perguntou o senador alagoano. “Ah, Téo, eu também sofro dela: distúrbio cronotopocinético”, respondeu Fortes, para explicar: “’Crono’ de tempo, ‘topo’ de terreno ou distância e ‘cinético’ de movimento. É o sujeito não consegue calcular quanto tempo precisa se movimentar para vencer determinada distância, chegando sempre atrasado.”
- Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
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