Subiu para 160 o total de óbitos identificados após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). De acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (11), pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, nove mortos ainda não foram identificados e 160 pessoas seguem desaparecidas – entre funcionários da Vale, terceirizados que prestavam serviços à mineradora e membros da comunidade.
No 18º dia de buscas, as operações contaram com um efetivo de 376 homens, incluindo 158 militares de Minas Gerais, 132 de outros Estados e 63 da Força Nacional. Há também 22 voluntários que auxiliam as equipes. A tragédia deixou ainda 138 pessoas desabrigadas.
Os bombeiros continuam as buscas por vítimas na região de Brumadinho, onde a barragem da mineradora Vale, se rompeu, no dia 25 de janeiro, e um mar de lama atingiu casas, uma pousada, o refeitório da empre e outros locais, deixando mortos e desaparecidos.
AGU quer que Vale contrate laboratório para analisar água do Paraopeba
A AGU (Advocacia-Geral da União) ajuizou nesta segunda-feira (11), na Justiça Federal de Minas Gerais, uma ação cautelar pedindo que a mineradora Vale seja obrigada a contratar um laboratório especializado para analisar a qualidade da água do Rio Paraopeba, contaminado pela lama de rejeitos da barragem do córrego da Mina do Feijão, que se rompeu no mês passado, resultando na morte de 160 pessoas e outras 160 desaparecidas. O rio é usado no abastecimento público de 18 municípios mineiros. A informação foi anunciada pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros.
“O pedido de liminar prevê que as amostras sejam colhidas por agentes do Sistema Único de Saúde e os resultados sejam entregues diretamente à União”, disse o porta-voz, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Se a Justiça autorizar o pedido do governo, os exames laboratoriais deverão analisar se a água do rio foi contaminada por metais pesados como chumbo, manganês, cádimo e arsênio.
O conselho de ministros do governo federal também está avaliando uma eventual revisão da liberação de recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) às vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho.
Segundo o porta-voz da Presidência, a avaliação do governo é que não se trata de um desastre natural, como prevê a lei que trata da liberação do fundo, em casos excepcionais, mas de uma responsabilidade da mineradora. Mais cedo, o ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, antecipou o interesse de mudar a classificação do rompimento de barragens como desastre natural.
“O FGTS é um recurso da pessoa, que, ao longo da sua vida, vai acumulando. Não é justo que um terceiro dê causa, e a pessoa tenha que entrar com seu próprio recurso”, disse o ministro.