O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem apresentado conduta tão subserviente ao presidente Lula que já passa vergonha entre parlamentares. A oposição atribui suas desculpas esfarrapadas, para postergar a CPMI dos Atos de 8 de Janeiro, às ordens do Planalto, que garantiu sua vitória na disputa pela reeleição. Por alguma razão, a CPI mista inspira medo em Lula, cuja ordem é barrar a investigação. A atitude constrangedora rendeu a Pacheco, o roda-presa, o apelido de “enrolão”.
Poder de um só
O regimento garante a criação da CPMI, com assinaturas necessárias, e aguarda leitura no plenário. Mas Pacheco, o enrolão, segura como pode.
Em uma semana
No governo Bolsonaro, o ministro Luis Barroso ordenou a criação da CPI da Covid Pacheco cumpriu sem demora a ordem do STF.
Embromation
Após marcar a sessão do Congresso para 11 de janeiro, o presidente do Congresso desmarcou tudo e se embarcou no avião de Lula à China.
Desculpa II
Sob pressão, o senador roda-presa marcou sessão para esta terça (18), mas em poucos minutos a cancelou por alegada “falta de quórum”.
Lula cobra Haddad sobre comunicação da Fazenda
O presidente Lula se viu obrigado a desautorizar Fernando Haddad, ordenando o recuo de impor 60% de impostos sobre produtos de pequeno valor, comprados por milhões de brasileiros em sites chineses. A decisão política permitiu a Lula lembrar ao ministro e ao secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, quem é que governa. Lula reagiu com irritação quando viu Barreirinhas declarando na véspera que não abriria mão da taxação. Assessores acham “iminente” a saída do secretário.
Atenção, ‘gênios’
A intenção de Lula, recuando da taxação desses produtos, fez lembrar sua advertência para que “ideias geniais” sejam antes submetidas a ele.
O pior momento
A primeira surpresa da turma de Haddad, irritando Lula, foi anunciar a decisão hostil a empresas chinesas quando ele desembarcava na China.
Batendo cabeças
Haddad acusava site chineses de “contrabando” e “concorrência desleal” enquanto Lula e comitiva tentavam fazer negócios em Shangai e Pequim.
Zero à esquerda
O chanceler de enfeite Mauro Vieira levou cinco dias para obter “ok” de Lula e Celso Amorim, chanceler de fato, a fim de divulgar nota criticando a ditadura da Coreia do Norte pelo lançamento de míssil que desrespeita resolução do conselho de segurança da ONU, do qual o Brasil faz parte.
Desculpa de amarelo
Ao negar investigação da compra de móveis de luxo para a mordomia de Lula e Janja no Alvorada, Vital do Rêgo (TCU) citou os atos de 8 de janeiro. Mas a quebradeira foi no Palácio do Planalto e não no Alvorada.
Regalias ilimitadas
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou “auxílio creche” para juízes de todo o País, outro penduricalho que dribla o teto salarial. A regalia era pretendida por sindicalistas e negado honradamente pelo TJ-RS. Agora, suas excelências terão filhos sem preocupações: a despesa será nossa.
Derrota em casa
Marina Silva saiu derrotada em disputa interna pelo comando do próprio partido, o Rede Sustentabilidade. O grupo apoiado pela ministra do Meio Ambiente perdeu para a turma de Randolfe Rodrigues e Heloisa Helena.
Rio-24
No PL, não falta de gente de olho da Prefeitura do Rio de Janeiro se Flávio Bolsonaro desistir do pleito. Topam a empreitada o deputado federal Eduardo Pazuello e o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto.
Calote assombra chineses
O jornal Financial Times alerta para uma série de calotes que a China tem recebido de países mau-pagadores que receberam empréstimos chineses desde 2020. Quase US$80 bilhões tiveram de ser negociados ou estão em “default” (calote) apenas nos últimos três anos.
Minas-26
Atualmente deputado federal, Aécio Neves pode ser o escolhido do PSDB para disputar o governo de Minas Gerais, em 2026. O plano é trabalhar o nome do tucano e viabilizar Aécio para o pleito.
Mico simultâneo
Enquanto Lula propunha para o presidente da Romênia, Klaus Iohannis, “possibilidades de intercâmbio entre a Embrapa” e o país europeu, invasores do MST permaneciam nas terras da estatal em Pernambuco.
Pensando bem…
…no Brasil, tirar R$ 200 mil do Tesouro para móveis de luxo, tudo bem; o que não pode é fazer piadinha.
PODER SEM PUDOR
Sinceridade de político
Embaixador em Lisboa em 1985, o ex-chanceler Azeredo da Silveira convidou o senador FHC para almoço com diplomatas no restaurante Mônaco, à beira mar. Lá pelas tantas, um deles perguntou ao político: “É verdade que o Senhor vai disputar a prefeitura de São Paulo?” Com um sorriso condescendente, FHC devolveu a pergunta: “Ô, meu filho, você acha que eu vou entrar numa fria de disputar uma eleição contra Jânio Quadros?” Entrou e perdeu.
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos