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Sucesso nas eleições aumenta assédio a Tarcísio de Freitas; “Ir para o partido de Bolsonaro seria um erro”, diz o presidente do Republicanos

O governador participou de sua primeira campanha como "cabo eleitoral" no Estado, apoiando candidatos a prefeito e vereadores. (Foto: Divulgação/Campanha Ricardo Nunes)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tornou-se um ótimo cabo eleitoral, na avaliação do presidente do seu partido, deputado Marcos Pereira. O parlamentar disse estar ciente de que uma das consequências desse desempenho será o aumento do assédio para o governador trocar de legenda.

“Sim (vai aumentar). Mas ele vai continuar no Republicanos porque é um partido de centro-direita e equilibrado, como o povo quer e espera”, afirmou em entrevista. Para o presidente do Republicanos, seria um erro Tarcísio migrar para o PL. Pereira avalia que a imagem do governador está mais associada ao centro, ao equilíbrio. O PL de Jair Bolsonaro, porém, abriga nomes ligados à extrema direita. Procurado, Tarcísio não comentou.

Em maio, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que Tarcísio se filiaria à sigla. Na sexta-feira (11), em entrevista, disse que Tarcísio não migrou antes das eleições para não prejudicar o Republicanos.

O Republicanos tem oito deputados estaduais na Assembleia Legislativa de São Paulo. O PL, 19. O partido de Tarcísio elegeu 429 prefeitos este ano e dobrou sua representação em relação à eleição anterior. A sigla de Bolsonaro fez 510 prefeitos, metade do que estimava.

Cabo eleitoral

O governador participou de sua primeira campanha como “cabo eleitoral” no Estado, apoiando candidatos a prefeito e vereadores. A principal vitória foi levar Ricardo Nunes (MDB) ao segundo turno na disputa pela prefeitura da capital paulista. O prefeito tem Guilherme Boulos (Psol) como adversário.

Como principal cabo eleitoral do Republicanos no estado paulista, Tarcísio contribuiu para quadruplicar o número de prefeitos do partido. Antes das eleições, a sigla tinha 20 prefeituras entre as 645 cidades do estado. Após o primeiro turno, esse número subiu para 80, com potencial para crescer ainda com o segundo turno – que ocorre no próximo dia 27.

Na Câmara dos Vereadores de São Paulo, no entanto, o desempenho foi fraco: o Republicanos reduziu a bancada de quatro para duas cadeiras. Apesar de focar na campanha de Nunes, Tarcísio gravou vídeos de apoio para todos os candidatos do Republicanos e recebeu a maioria dos prefeitos no Palácio dos Bandeirantes – sede do governo paulista – para a produção de materiais de campanha.

Aposta em Nunes

Tarcísio priorizou a campanha de Ricardo Nunes, abrindo mão de viagens ao interior e litoral e afastando-se de parte de sua base na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A aposta deu certo, e Nunes avançou ao segundo turno, disputando contra Boulos a preferência do eleitorado.

Segundo apuração, Tarcísio de Freitas planeja continuar focado na campanha de Nunes nas próximas semanas, inclusive com participação no horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio. No entanto, a aposta pode custar caro para o governador de São Paulo: a maioria dos deputados estaduais que não conseguiram se eleger prefeitos estão descontentes com ele, o que pode afetar votações na Alesp após o segundo turno das eleições municipais.

Tarcísio era taxativo em recusar-se a apoiar o empresário Pablo Marçal (PRTB), então também candidato à prefeitura de São Paulo. Apesar dos riscos de desgaste político com o eleitorado alinhado ao espectro político da direita, o governador continua confiando que a aliança entre prefeitura e estado trará vantagens. As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo e Gazeta do Povo.

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