Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 13 de março de 2024
A Organização das Nações Unidas (ONU) o ranking de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países do mundo. O Brasil obteve um IDH de 0,760 em 2022 e caiu duas posições no ranking, ocupando a posição 89 da lista, que tem 193 países.
No mundo inteiro, o IDH avançou, mas de forma de desigual, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que elabora o ranking anual. A partir dos dados dos 193 países – todos referentes a 2022 – o Pnud diz ter observado que a recuperação dos anos da pandemia tem sido um processo “parcial, incompleto e desigual”:
Por um lado, países ricos alcançaram índices recorde e mostraram que já se recuperaram das perdas geradas nos anos da pandemia de covid-19. Por outro, metade das nações mais pobres regrediu e caiu de posição no ranking.
Atualmente, o topo é da Suíça, com 0,967, e em último lugar está a Somália, que registrou 0,380. Após dois anos de queda consecutiva, o Brasil voltou a registrar crescimento no IDH, chegando a 0,760, mas perdeu duas posições no ranking, caindo de 87º para 89º.
Além da pandemia de covid-19, guerras também provocam variações significativas no índice de desenvolvimento dos países. Há dois anos em guerra com a Rússia (0,821), a Ucrânia, por exemplo, caiu de 0,773 para 0,734, regredindo a um patamar de 20 anos atrás, e saiu da 77ª para a 100ª posição.
Os dados de 2022 foram divulgados pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) nesta quarta-feira (13). O IDH mede dados como os de expectativa de vida, renda e escolaridade da população a partir de um índice que vai de 0 a 1 – quanto mais perto de 1, melhor.
Dez melhores países
Suíça (1º) – 0,967
Noruega (2º) – 0,966
Islândia (3º) – 0,959
Hong Kong (4º) – 0,956
Dinamarca (5º) – 0,952
Suécia (6º) – 0,952
Alemanha (7º) – 0,950
Irlanda (8º) – 0,950
Singapura (9º) – 0,949
Austrália (10º) – 0,946
Dez piores países
Serra Leoa (184º) – 0,458
Burquina Faso (185º) – 0,438
Iêmen (186º) – 0,424
Burundi (187º) – 0,420
Mali (188º) – 0,410
Chade (189º) – 0,394
Níger (190º) – 0,394
República Centro-Africana (191º) – 0,387
Sudão do Sul (192º) – 0,381
Somália (193º) – 0,380
Brasil
O Brasil caiu duas posições no ranking do IDH e passou a ocupar a posição 89 da lista, que tem 193 países. Os dados coletados para a elaboração do ranking divulgado nesta quarta (13) são de 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Brasil obteve um IDH de 0,760 em 2022. O índice é semelhante ao que o país tinha antes da pandemia, quando ocupava a posição de número 84, e está um pouco acima da média mundial, de 0,739.
Apesar do desempenho estagnado há uma década no ranking, país permanece no grupo de nações com alto índice de desenvolvimento humano.
Entre os entraves para o desempenho brasileiro, segundo a ONU, está a dificuldade em dar continuidade para políticas públicas.
Isso prejudica, por exemplo, o desempenho na educação. Neste caso, o tempo médio de permanência na escola subiu muito pouco entre 2021 e 2022, chegando a 8,2 anos de estudo.
O tempo mínimo de estudo só na educação básica são 12 anos – do início da alfabetização até a conclusão do Ensino Médio.
Na América do Sul, o Brasil está atrás do Chile (44º lugar), Argentina (48º) e Uruguai (52º).
Mundo
Além do crescimento de desigualdades, o mundo vive também um momento de grande polarização e de divisão geopolítica sem precedentes, ainda de acordo como relatório do IDH elaborado pelo Pnud.
Conforme o estudo da ONU, mais da metade dos países menos desenvolvidos não se recuperou do impacto da pandemia, a maioria deles no continente africano.
Há ainda “um grupo extremo” de países como o Sudão, o Afeganistão e Mianmar, onde, segundo o estudo, “a combinação da pandemia, crises fiscais e conflitos, às vezes guerras civis, os levou a uma situação na qual a recuperação nem sequer está na agenda”, disse à agência de notícias AFP o coordenador da Pnud, Achim Steiner.
O Afeganistão, por exemplo, perdeu dez anos em termos de desenvolvimento humano e, na Ucrânia, o índice está no nível mais baixo desde 2004.
“Vivemos num mundo mais rico do que em qualquer outro momento da história da humanidade, pelo menos em termos financeiros (…). Mas há mais pessoas famintas, mais pessoas pobres do que há dez anos. Há cada vez mais guerras em todo o mundo, com dezenas de milhões de refugiados”, disse Steiner à AFP.