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Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2022
O suicídio assistido é o ato de deliberadamente ajudar uma outra pessoa a se matar.
Foto: Reprodução“Múltiplas patologias incapacitantes”’. Essa é a informação que consta no relatório médico para o suicídio assistido do cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard, morto na terça-feira (13), aos 91 anos, na Suíça, onde morava desde os anos 1970. O recurso é legalizado e rigidamente regulamentado no país. O assessor do diretor, Patrick Jeanneret, disse ao jornal francês Libération que Godard tomou a decisão com “grande lucidez” pois queria “morrer dignamente”. A família não quis dar maiores destalhes sobre o estado de saúde do diretor.
Godard é um ícone do cinema moderno. Foi um dos líderes da Nouvelle Vague francesa, movimento que revolucionou o cinema. Nascido na Suíça em 1930, ele mudou as regras convencionais do cinema já em seu primeiro filme, “Acossado” (1959).
Sempre ativo até os últimos anos de vida, o cineasta já havia explicado em uma entrevista que poderia recorrer ao suicídio assistido. “Não estou ansioso de perseguir a qualquer preço. Se estiver doente demais, não tenho vontade alguma de ficar sendo arrastado em um carrinho de mão”, disse ele em uma entrevista em 2014.
O suicídio assistido é permitido na Suíça desde 1942, desde que os motivos não sejam egoístas. Esse tipo de procedimento é diferente da eutanásia, que não é autorizada no país. A principal diferença entre as técnicas é quem realiza o ato final. No Brasil, o ato é considerado crime.
Recentemente, o ator Alain Delon, contemporâneo de Godard (e que trabalhou com o cineasta no filme “Nouvelle Vague”, de 1990) afirmou que também pretendia fazer recurso ao suicídio assistido.
Alain sofreu um duplo AVC em 2019 e vem se recuperando aos poucos desde então. Embora seu estado de saúde seja considerado bom, recentemente, ele pediu para seu filho, Anthony, 57 anos, organizar todo o processo e acompanhá-lo em seus últimos momentos.
Suicídio assistido
O suicídio assistido é o ato de deliberadamente ajudar uma outra pessoa a se matar, assim define o serviço de saúde britânico, o NHS.
“Se um familiar de uma pessoa com doença terminal obteve sedativos fortes, sabendo que a pessoa pretendia usá-los para se matar, o parente pode ser considerado como auxiliar do suicídio”, diz o NHS.
No Reino Unido, assim como no Brasil, tanto o suicídio assistido como a eutanásia são considerados ilegais. Por aqui, o Código Penal define como crime, com pena de 6 meses a 2 anos de prisão, “induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça”.