O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou, nesta sexta-feira (28), o afastamento imediato do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), do cargo por irregularidades em contratos na área da saúde.
A ordem de afastamento, inicialmente por seis meses, é decorrência das investigações da Operação Placebo, deflagrada em maio pela PF (Polícia Federal), e da delação premiada de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde do Estado.
Às 6h20min, carros da PF chegaram ao Palácio das Laranjeiras – residência oficial do governador – para notificar Witzel do afastamento.
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra a primeira-dama Helena Witzel, o vice-governador Cláudio Castro (PSC) e o presidente da Assembleia Legislativa do RJ, André Ceciliano (PT). Mesmo investigado, Castro assume o governo.
Os policiais federais estiveram nas sedes do Executivo e do Legislativo fluminenses. As diligências foram autorizadas pelo ministro do STJ Benedito Gonçalves.
O governador e outras oito pessoas, incluindo a primeira-dama, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República por corrupção.
A defesa de Witzel disse que “recebe com grande surpresa a decisão de afastamento do cargo, tomada de forma monocrática e com tamanha gravidade”.
Pastor Everaldo
O STJ expediu ainda mandados de prisão contra o Pastor Everaldo, presidente do PSC, Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do RJ, e Sebastião Gothardo Netto, médico e ex-prefeito de Volta Redonda.
No início desta manhã, equipes da PF foram à residência de Everaldo – uma cobertura no Recreio, no Rio – para prendê-lo. Ele foi candidato à Presidência da República em 2014 e ao Senado em 2018.
Mandados
No total, a PF cumpriu nesta sexta 17 mandados de prisão, sendo seis preventivas e 11 temporárias, e 72 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais e Distrito Federal. A ação foi batizada de Tris in Idem.