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Superior Tribunal de Justiça pode ficar sem integrante do Ministério Público Federal pela 1ª vez desde 1988

Sessão do Pleno do STJ para escolha das listas tríplices de candidatos às vagas abertas com as aposentadorias das ministras Laurita Vaz e Assusete Magalhães. (Foto: Rafael Luz/STJ)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) pode ficar, pela 1ª vez desde que foi criado, em 1988, sem um ministro que seja oriundo do MPF (Ministério Público Federal). Até janeiro, a ministra Laurita Vaz era a única representante da carreira. Com a sua aposentadoria, não há nenhum ex-procurador da República em seus quadros.

A Constituição brasileira determina que um terço das 33 vagas de ministros da Corte sejam divididas por advogados e integrantes dos 3 ramos do Ministério Público. São eles: MPF (Ministério Público Federal); MPE (Ministério Público Estadual); MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios).

Hoje, ocupam essas 11 vagas 6 advogados e 4 ex-procuradores. A vaga de Laurita Vaz ainda não foi preenchida. Na 3ª feira (15.out), a Corte definiu a lista tríplice para a indicação de seu substituto. Desses, só 1 é procurador da República. A possibilidade de que não haja nenhum representante do MPF entre os ministros levou a críticas de procuradores e da instituição que os representa, a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República)….

O Pleno do STJ definiu, na terça-feira (15), as duas listas com candidatos às vagas em aberto na corte. Uma lista é composta por três desembargadores federais, e a outra é formada por três nomes do Ministério Público. As listas foram enviadas ao presidente da República para a indicação dos novos membros do tribunal, que ainda terão de ser aprovados pelo Senado.

Lista dos magistrados

Para a lista dos magistrados federais, foram escolhidos Carlos Augusto Pires Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1); Daniele Maranhão Costa, também do TRF1; e Marisa Ferreira dos Santos, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) – nessa ordem de votação.

Na lista dos integrantes do Ministério Público, foram eleitos Maria Marluce Caldas Bezerra, do Ministério Público de Alagoas (MPAL); Sammy Barbosa Lopes, do Ministério Público do Acre (MPAC); e Carlos Frederico Santos, do Ministério Público Federal (MPF). Maria Caldas Bezerra e Sammy Lopes tiveram a mesma votação no primeiro escrutínio, mas, em razão da idade, a representante do MPAL ficou em primeiro lugar na lista.

Participaram da escolha, por voto secreto, 31 ministros do STJ. Foi a primeira sessão para formação de listas tríplices que utilizou o sistema eletrônico de votação, aprovado pelo Pleno em junho.

A lista com os desembargadores federais teve a seguinte votação: em primeiro escrutínio, Carlos Augusto Pires Brandão recebeu 17 votos; no quarto escrutínio, Daniele Maranhão Costa obteve 18 votos; e, no quinto escrutínio, Marisa Ferreira dos Santos recebeu 17 votos.

Para a lista com integrantes do Ministério Público, em primeiro escrutínio, Maria Marluce Caldas Bezerra e Sammy Barbosa Lopes obtiveram 17 votos; e, no segundo escrutínio, Carlos Frederico Santos recebeu 18 votos.

Laurita e Assusete

As vagas no STJ foram abertas com as aposentadorias das ministras Laurita Vaz, em outubro do ano passado, e Assusete Magalhães, em janeiro deste ano. Antes de chegarem ao STJ, Laurita Vaz era integrante do Ministério Público, e Assusete Magalhães exercia o cargo de desembargadora federal.

 

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