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Saúde Supermercados querem vender medicamentos. Farmácias são contra

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O temor das farmácias é que o tema evolua em regime de urgência, por meio de algum dos projetos de lei que tramitam na Câmara. (Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)

No mais novo embate entre os dois maiores segmentos do varejo do País – supermercados e farmácias –, esta semana teve um dia em que o mercado fez contas para calcular os efeitos de uma mudança que pode afetar ambos os negócios.

Na quarta-feira (22), a Abras, associação do varejo alimentar, informou que sugeriu ao governo medidas para baratear preços nas lojas, e uma delas é liberar a venda de medicamentos sem prescrição médica nas varejistas, uma antiga pauta das empresas. De acordo com informações do jornal Valor Econômico, a sugestão foi bem recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um encontro em 21 de novembro.

Nas últimas horas, subiu o tom das críticas à posição de cada segmento. Há 11 projetos de lei envolvendo o tema parados na Câmara dos Deputados.

Durante a tarde de quinta-feira (23), representantes da indústria de alimentos, supermercados e farmácias estiveram em ligações ou pelos corredores da Câmara, e trataram de expor suas posições a deputados da casa, onde a proposta deve ser votada, caso o governo avance mesmo com a medida.

O temor das farmácias é que o tema evolua em regime de urgência, por meio de algum dos projetos de lei, caso cresça o apoio político à medida. Pelo lado dos supermercados, o receio é que o governo engavete a proposta, pela pressão política de variadas instâncias do setor de saúde.

O médico Drauzio Varella publicou um vídeo criticando a propostas das empresas de supermercados em vender medicamentos sem prescrição médica em suas lojas, como parte das medidas sugeridas por entidades ao governo.

A gravação tem o apoio da Abrafarma, que representa as farmácias. A entidade é contrária à sugestão dos supermercados, encaminhada a ministros e ao presidente Lula em novembro.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) afirma que o debate do tema ocorrerá no âmbito das entidades setoriais e junto ao governo.

Segundo Varella, “acontecem coisas no Brasil que insistem em nos fazer andar para trás”, disse. “Veja o absurdo da discussão da venda de medicamentos em supermercados, padarias, empórios. Quantos anos levamos para pôr ordem nesse mercado. As farmácias são obrigadas a ter farmacêuticos de plantão, e estão ali para tirar dúvida e pôr ordem, orientar como usar os medicamentos, imagine vender isso sem nenhum controle”, afirma.

“Ah mas não precisa de receita médica”, dizem. E daí? Muitos medicamentos que não precisam de receita têm efeitos colaterais também”.

“Vender em qualquer lugar, e sem controle nenhum? Pra quê?”

Na visão das redes de alimentos, a venda de remédio nas lojas teria efeito positivo nos preços desses produtos, por haver mais uma competidora, e ainda poderia gerar novas vendas às empresas e melhorar lucratividade. Esse ganho poderia ser repassado aos preços de alimentos.

A venda de remédios cresce mais que a venda de alimentos no país, mas para efeito de comparação, as margens entre os segmentos não são tão diferentes.

Na Raia Drogasil, líder do setor e a rede que mais cresce entre as drogarias, a margem líquida fechou em 3,4% no terceiro trimestre. No alimentar, o Grupo Mateus, também o que mais se expande no setor, alcançou 4,5% no período.

Na quinta-feira, a Abras publicou uma nota criticando o último comunicado da Abrafarma. A Abras diz que o posicionamento das farmácias causa estranheza pelo tom agressivo.

A Abrafarma havia dito, na quarta-feira (22), que o efeito da mudança no setor seria desastroso. Afirmou que farmácias não geram inflação (os aumentos de preços são definidos pelo governo) e que essa medida acabaria elevando o preço dos medicamentos com prescrição, para compensar a perda de venda e manutenção dos custos fixos.

A Abras questionou esses pontos das farmácias. “Esquece a Abrafarma que as farmácias vendem remédios on-line e fazem entrega a domicílio. Por que as farmácias podem vender remédios sem receita via on-line e os supermercados não podem vender remédios sem receita de forma presencial?”, diz na nota.

Ainda afirma que se compromete a contratar farmacêuticos em cada loja, e a postura das drogarias mostra preocupação com a reserva de mercado. “Eles [supermercados] estão usando dados de 1994 para dizer que conseguiriam vender medicamentos 35% mais baratos”, responde um interlocutor das farmácias.

Relatório do Itaú BBA publicado ontem afirma que a mudança pode ser ineficaz e nociva para a saúde da população. O banco não vê como esse cenário poderia ajudar a reduzir a inflação de alimentos, porque é difícil supor que as redes de supermercados iriam transferir lucro aos preços. “Estimamos que cerca de 15% da receita total da Raia Drogasil está exposta a essa proposta. Para Pague Menos e Panvel, o percentual é similar”, diz o BBA. As informações são do jornal Valor Econômico.

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https://www.osul.com.br/supermercados-querem-vender-medicamentos-farmacias-sao-contra/ Supermercados querem vender medicamentos. Farmácias são contra 2025-01-25
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