Terça-feira, 15 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 13 de abril de 2025
Barroso deu indicativos de que a mensagem era endereçada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Foto: Antonio Augusto/STFO presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou neste domingo (13) que a Corte “chamou para si a missão de enfrentar” o que ele descreveu como extremismo e populismo autoritário, sem mencionar quem são as autoridades que promoveriam essas ideias no País.
“Aqui no Brasil para enfrentar o populismo autoritário, o extremismo, o Supremo Tribunal Federal chamou para si essa missão, ao lado de outras instituições, e atuou intensamente mediante diferentes formas de atuação”, disse Barroso em vídeo exibido na Brazil Conference, evento realizado nas universidades de Harvard e MIT.
Ao discorrer sobre o tema, contudo, Barroso deu indicativos de que a mensagem era endereçada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se tornou réu recentemente na Primeira Turma do STF sob suspeita de ter liderado uma tentativa de golpe de Estado em 2022. O magistrado iria palestrar na Brazil Conference, mas não compareceu ao evento por causa de uma agenda na Suprema Corte do Japão.
O presidente do STF afirmou, por exemplo, que foram tomadas diversas decisões relacionadas à pandemia, meio ambiente e comunidades indígenas para fazer frente às medidas populistas. De acordo com o magistrado, a Corte promoveu o “desmonte de medidas autoritárias”.
Outra medida elencada por Barroso para “enfrentar terrorismo e o extremismo destrutivo das instituições” foi a instauração de investigações. O STF foi alvo de críticas do Ministério Público e de outras instituições por ter aberto inquéritos de ofício, como o das fake news, durante o governo Bolsonaro.
Naquele momento, a Procuradoria-Geral da República (PGR), a quem caberia provocar o STF com denúncias de crimes da gestão Bolsonaro, tinha como chefe Augusto Aras, que arquivou dezenas de pedidos de investigação contra o então presidente.
Barroso ainda afirmou que o populismo autoritário trouxe perdas para a população brasileira, como a captura do conservadorismo e de líderes religiosos pelo extremismo.
Em sua fala, o presidente do STF apontou a disseminação de notícias falsas como um dos principais instrumentos de mobilização da extrema direita e, parafraseando o slogan do governo Donald Trump, nos Estados Unidos, disse que o Brasil precisa fazer com que mentir volte a ser errado de novo, ou em inglês, “make lying wrong again”.
(Com informações do Estado de S.Paulo)