Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2023
O Supremo Tribunal Federal finalizou a quinta leva de julgamentos sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro com maioria para condenar os réus Moises dos Anjos, Rosana Maciel Gomes, Fabricio de Moura Gomes, Osmar Hilbrand e Jorginho Cardoso de Azevedo. Eles são apontados como executores da depredação das sedes dos Três Poderes e foram presos dentro do Palácio do Planalto.
A pena que cada um dos sentenciados pegou ainda será divulgada, vez que os ministros divergiram sobre quantos anos de prisão cada um dos acusados deveria cumprir.
Quatro ministros – Dias Toffoli, Luix Fux, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia – seguiram o voto do relator Alexandre de Moraes e defenderam até 17 anos de prisão para os réus. Cristiano Zanin e Edson Fachin também defenderam a condenação, mas com penas mais brandas.
De outro lado, os ministros André Mendonça, Luís Roberto Barroso e Kassio Nunes Marques divergiram de Moraes, defedendo a absolvição dos acusados quanto a determinados crimes. Os réus foram denunciados pelos delitos de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado.
A análise da quinta leva de denúncias do 8 de janeiro incluía ainda a avaliação sobre uma sexta ação penal, aberta contra Eduardo Zeferino Englert. O julgamento, no entanto, acabou adiado após um questionamento da defesa do réu.
O advogado de Englert questionou o fato de o ministro do STF ter citado, como fundamento para a proposta de condenação do acusado, que ele teria estado no acampamento golpista montado em frente ao QG do Exército em Brasília.
A defesa do réu sustenta que ele nunca esteve no local, destacando que laudo pericial juntado aos autos do processo confirmou que Englert deixou Santa Maria, no Rio Grande do Sul, no dia 6 de janeiro, chegando à capital federal no 8 de janeiro, “sem qualquer passagem pelo QG”.
O julgamento será reiniciado a partir do dia 17 de novembro, quando serão julgados mais cinco réus. O processo contra Englert também deve voltar a ser analisado na mesma data. O julgamento será feito em sessão virtual que vai até 24 de novembro. Neste formato de julgamento não há debate entre os ministros, que votam por meio de um sistema eletrônico.
Ao todo, o Supremo já condenou 20 pessoas pelos ataques de 8 de janeiro, que culminaram com a invasão e a depredação da sede dos Três Poderes.