Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de agosto de 2022
Medida foi requerida pela PGR no bojo da investigação que levou ao indiciamento de Ivan Pinto por associação criminosa.
Foto: Rosinei Coutinho/STFO ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e deu 15 dias para a Polícia Federal (PF) identificar todos os 159 integrantes de um grupo de Telegram criado pelo extremista Ivan Rejane Fonte Boa Pinto. A corporação deverá analisar o teor de mensagens trocadas no grupo “Caçadores de ratos do STF”.
No despacho, Alexandre de Moraes pontuou que a diligência requerida pela PGR é “essencial à confirmação da hipótese criminal” levantada pela PF quando requereu a prisão temporária de Ivan Rejane. A prisão foi decretada após o investigado divulgar vídeos com ameaças ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos ministros do Supremo. Ela acabou convertida em preventiva – sem data para acabar.
“Os elementos de prova reunidos até o momento “demonstram uma possível organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais, como o Supremo Tribunal Federal, utilizando-se de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil”, de modo que a identificação das pessoas que compartilhavam o mesmo grupo com o investigado, Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, além do teor das mensagens trocadas, é imprescindível para a completa elucidação dos fatos em apuração”, escreveu Alexandre de Moraes ao autorizar a diligência.
A medida foi requerida pela PGR no bojo da investigação que levou ao indiciamento de Ivan Pinto por associação criminosa. O delegado federal Fábio Alvarez Shor, responsável pelo caso, disse que o influenciador bolsonarista “agiu de forma consciente e voluntária para tentar abolir o estado democrático de direito”.
A descrição do grupo que será analisado pela PF diz: “Grupo de pessoas dispostas a colocar pressão 24 horas em cima dos ratos do STF. Vamos caçar estes vagabundos em qualquer ligar que eles andem neste País. Sem violência física, mas com muita pressão moral. O objetivo é que os vagabundos entreguem a toga”.