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Supremo nega a Geddel acesso ao nome da fonte que denunciou “bunker” dos 51 milhões de reais em Salvador

Ministro Fachin afirmou que defesa poderá solicitar novamente acesso aos dados caso Geddel se torne réu. (Foto: Carlos Moura, STF)

O ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou ao ex-ministro Geddel Vieira Lima acesso ao nome da fonte que denunciou o “bunker” onde foram encontrados R$ 51 milhões em Salvador. No mesmo despacho, o magistrado permitiu que familiares do ex-ministro da articulação política o visitem na prisão.

Preso no Complexo Penitenciário da Papuda desde setembro, Geddel solicitou, no início de novembro, informações sobre a identidade da pessoa que denunciou que o ex-ministro guardava uma fortuna em caixas e malas de um apartamento em um bairro nobre da capital baiana.

Segundo Fachin, como o pedido da defesa de Geddel para acessar as informações foi feito na fase de inquérito, caberia à PF (Polícia Federal) fornecer os dados. O ministro do STF ressaltou no despacho que os advogados do peemedebista poderão apresentar novo pedido de acesso aos dados caso Geddel venha a se tornar réu no tribunal.

Denúncia da Procuradoria Geral da República

No dia 4, a PGR (Procuradoria Geral da República) denunciou ao Supremo Geddel Vieira Lima, o irmão dele, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), e outras quatro pessoas pelo episódio do apartamento que escondia R$ 51 milhões. Os seis são acusados de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Ao denunciar o grupo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno para Lúcio Vieira Lima durante os dias de trabalho e, durante as folgas, o dia inteiro. Além disso, a PGR requisitou a prisão domiciliar da mãe dos irmãos Vieira Lima, Marluce.

Caberá à Segunda Turma do STF decidir se Geddel e o irmão se tornarão réus na Lava-Jato. Além de Geddel e Lúcio Vieira Lima, a PGR também acusou formalmente outras quatro pessoas:

Marluce Vieira Lima, mãe dos irmãos Vieira Lima.

Job Ribeiro, que atuava como assessor parlamentar no gabinete de Lúcio Vieira Lima na Câmara.

Gustavo Ferraz, ex-diretor da Defesa Civil de Salvador.

Luiz Fernando Costa Filho, sócio da construtora Cosbat.

Origem do dinheiro

A procuradoria aponta como possíveis fontes dos R$ 51 milhões:

Popinas da construtora Odebrecht.

Repasses do operador financeiro Lúcio Funaro.

Desvios de políticos do PMDB.

Os procuradores da República também avaliam se uma parcela dos R$ 51 milhões corresponde à parte dos salários de assessores que, segundo a Polícia Federal, eram devolvidos aos Vieira Lima. Isso será apurado em um inquérito da Polícia Federal que investigará peculato (crime cometido por servidor público).

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