Sábado, 29 de março de 2025
Por Redação O Sul | 20 de março de 2025
Às vésperas do julgamento de recebimento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas acusadas de envolvimento numa trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Supremo Tribunal Federal (STF) passou a registrar um aumento no número de ameaças e xingamentos a integrantes da Corte. As ofensas têm sido feitas por cidadãos comuns por meio da central telefônica do tribunal e mensagens enviadas por e-mail.
O clima de animosidade chamou a atenção da Ouvidoria do STF — e foi um dos motivos que levaram a Corte a discutir um plano especial de segurança para o julgamento.
A questão também está sendo acompanhada pela equipe de segurança do Supremo, que monitora o ambiente nas redes sociais. A análise da denúncia vai ocorrer entre a próxima terça-feira (25) e quarta-feira (26), ao longo de três sessões extraordinárias convocadas pelo presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin Martins.
Conforme informou o jornal O Globo, o Supremo trabalha desde o início desta semana num plano de segurança para os dias do julgamento. A Corte terá um plano detalhado com todas as medidas extras de proteção a serem adotadas.
Segundo relatos obtidos pela equipe da coluna, além de reforçar a segurança interna, o Supremo deve instalar grades ao redor de seus edifícios, e espera que o governo do Distrito Federal aumente o número de policiais militares na Praça dos Três Poderes nos dias de julgamento.
Nessa quinta-feira (20), uma reunião da Secretaria de Segurança Pública com o governador Ibaneis Rocha (MDB) discutiu as medidas que serão tomadas.
Segundo um integrante da cúpula do GDF ouvido reservadamente pela equipe da coluna, o fechamento da Esplanada dos Ministérios é uma possibilidade, mas o planejamento ainda não foi concluído.
No início de sua gestão, Ibaneis irritou integrantes do Supremo por ter insistido na nomeação de Anderson Torres, um dos alvos da denúncia a ser analisada neste julgamento, para a Secretaria de Segurança Pública do DF. Quando extremistas depredaram a sede dos Três Poderes, Torres estava de férias nos Estados Unidos.
Por decisão de Alexandre de Moraes, Ibaneis chegou a ser afastado do cargo por 66 dias após os atos golpistas de 8 de Janeiro, acusado de ser omisso no enfrentamento do episódio.
Ele recorreu ao ex-presidente Michel Temer, responsável pela indicação de Moraes ao STF, para tentar negociar uma trégua com o ministro e articular seu retorno ao Buriti. Deu certo.
Ibaneis voltou ao cargo por decisão de Moraes em 15 de março de 2023. (Com informações do O Globo)