O Supremo Tribunal Federal (STF) vai gastar cerca de R$ 7 mil na compra de cem lenços personalizados para presentear autoridades que visitarem o tribunal. No mês passado, o Supremo desembolsou R$ 38,4 mil com cem gravatas com o mesmo objetivo, mas destinadas a homens.
A procura pelas peças foi formalizada em 6 de fevereiro, quando o tribunal pediu lenços 100% poliéster “de alta qualidade”, “com toque de seda, textura macia, excelente caimento, acabamento impecável”.
Em 10 de fevereiro, a despesa de R$ 6.990 foi reservada no orçamento público. A verba será repassada à empresa Scarfme Indústria e Comércio de Lenços, sediada em Cajamar (SP).
Divididas em três categorias, as artes dos lenços remetem ao Supremo e são dos tipos “aquarela”, “arcos com borda azul claro” e “arcos com borda azul escuro”. Um dos exemplos usados no processo mostra um lenço com a fachada da sede e a logomarca do tribunal. O acessório usa uma licença poética para acrescentar plantas em frente ao STF, na Praça dos Três Poderes.
A compra de gravatas e lenços foi anunciada no início do mês passado pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso. Durante a sessão, todos os ministros e o procurador-geral da República usavam gravatas e, no caso da única autoridade no plenário, ministra Cármen Lúcia, um lenço.
“Nós lançamos uma gravata do Supremo Tribunal Federal, que todos estamos utilizando, e, para as mulheres, um lenço belíssimo, como o que está com a ministra Cármen Lúcia”, disse Barroso, que citou, em tom de brincadeira, um “departamento STF Fashion”.
O ministro completou: “Recebemos muitas visitas ou visitamos lugares em que as pessoas nos dão presentes. E, portanto, foi uma forma que nós encontramos, gentil, de retribuir os eventuais presentes que recebemos com uma gravata que tem o símbolo do STF e que, se permitirem aí, modéstia à parte, ficou muito bonitinho”.
Recentemente o Supremo desembolsou R$ 38,4 mil na aquisição de cem gravatas personalizadas com a logo do Poder para serem dadas de presente pelos ministros a outras autoridades durantes eventos de representação institucional.
O contrato foi fechado com a empresa Aragem Rio Comércio e Design de Estamparia LTDA ao custo de R$ 384 por gravata.
A título de comparação, uma gravata Calvin Klein, no site oficial da marca, pode ser encontrada por preços a partir de R$ 190,00. A gravata de seda maquinetada da marca Dudalina é vendida no site oficial da marca por R$ 359,90. Já no site da Hugo Boss é possível encontrar gravatas a partir de R$ 460,00.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, anunciou o gasto com os itens de vestimenta durante a sessão plenária do dia 6 de fevereiro. Na ocasião, todos os ministros e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, utilizavam a gravata e o lenço, no caso da ministra Cármen Lúcia, na cor azul com a logo da Corte.
Barroso brincou que a aquisição das gravatas e dos lenços marcava a criação do departamento “STF Fashion”.
“A razão real para isso é que nós recebemos muitas visitas ou visitamos lugares onde as pessoas nos dão presentes e portanto foi uma forma que nos encontramos gentil de retribuir com uma gravata que tem o símbolo do Supremo Tribunal Federal. Modéstia parte, ficou muito bonitinha”, afirmou Barroso. (Roseann Kennedy/Estadão Conteúdo)