Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de agosto de 2017
O SUS (Sistema Único de Saúde) incluiu em sua lista de procedimentos os aguardados testes rápidos para a detecção de dengue e chikungunya. Com eles, não será necessário utilizar a estrutura laboratorial, o que diminui os custos com a detecção. A comprovação da infecção sai entre 20 e 30 minutos.
A inclusão na rede pública de saúde foi oficializada no Diário Oficial da União na quinta-feira (10). Para fazer o teste no SUS, é necessário apresentar sintomas relacionados às condições e ter o cartão do Sistema Único de Saúde, feito em qualquer unidade de saúde com a carteira de identidade.
Serão disponibilizados aos Estados e municípios 2 milhões de testes rápidos imunocromatografia qualitativa (IgM/IgG) para dengue e 1 milhão de testes rápidos imunocromatográficos IgM para chikungunya.
Desde 2016, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) determinou que os planos de saúde estão obrigados a cobrir os exames, embora alguns pacientes tenham relatado problemas com a cobertura.
Os testes rápidos são importantes tanto para a detecção e tratamento precoce quanto para a vigilância epidemilógica e os dados do governo, já que, com eles, será possível ter maior acuidade sobre a circulação dos vírus no País. O SUS já oferece testes rápidos para outras condições, como HIV e hepatite, que também podem ser detectadas em minutos.
Teste do zika vírus
O SUS também já oferece o teste rápido para o zika vírus. Ele é feito em gestantes e nas crianças que têm até 1 ano de idade, com resultado em até 20 minutos. O objetivo é verificar a possível contaminação e possibilitar imediato acompanhamento do caso.
Subtipos
Uma análise estatística sofisticada publicada na revista científica “PLos” mostra que o aumento de viagens áreas na Ásia contribuiu significativamente para que três subtipos do vírus da dengue se espalhasse na região. Os resultados na Ásia são consistentes com estudo de 2014 publicado no mesmo periódico sobre o Brasil. Por aqui, também as viagens contribuíram para que os sorotipos do vírus da dengue fossem disseminados.
Pesquisadores investigaram a circulação na Ásia dos sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue entre 1956 e 2015. Ao cruzarem bancos de dados de passageiros do período com a incidência de subtipos no território, eles sugerem que o transporte aéreo teve um papel significativo na introdução dos variados tipos do vírus da dengue na região.
“As migrações são uma maneira de introdução do vírus no território”, diz Artur Timerman, infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses. “E o estudo tem importância porque mostra exatamente isso”, completou.
Além do transporte de pessoas infectadas, os pesquisadores não descartam que mosquitos possam “viajar” junto com aviões. Estudos prévios já demonstraram que o Aedes aegypti pode sobreviver a longas viagens.