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SUS digital: programa pretende deixar brasileiros com dados de sua saúde na palma da mão

Ana Estela Haddad detalha avanços na transformação digital do SUS e uso de inteligência artificial na saúde pública. (Foto: Divulgação/Eduardo Ogata)

À frente da Secretaria de Informação e Saúde Digital, vinculada ao Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad destaca o impacto das iniciativas de digitalização do Sistema Único de Saúde (SUS). Casada com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ela também comenta como a rotina familiar mudou desde que assumiu o cargo no governo.

Ana Estela anunciou recentemente que todos os 5.570 municípios brasileiros, os 26 estados e o Distrito Federal aderiram ao sistema digital do SUS. Segundo ela, esse marco integra um amplo programa iniciado neste ano, com investimento inédito de R$ 464 milhões destinados exclusivamente à área de transformação digital. O diagnóstico detalhado das necessidades de cada região foi um passo inicial essencial, mapeando desde conectividade até prontuários eletrônicos.

Agora, cada localidade deve apresentar planos de ação para implementar as soluções tecnológicas, com desafios que vão desde a melhoria de infraestrutura até o uso de inteligência artificial.

Resistência à tecnologia

Embora a introdução da tecnologia no SUS remonte a 2006, com a telessaúde, houve resistência inicial dos profissionais de saúde. No entanto, a pandemia consolidou a telemedicina como prática essencial, e apenas três municípios hesitaram na adesão ao SUS digital, recuando após observarem os benefícios.

Obstáculos e integração de dados

Ana Estela destaca que o principal desafio é a magnitude e a diversidade do SUS, que cresceu de forma fragmentada ao longo de 30 anos. A Rede Nacional de Dados em Saúde, criada durante a pandemia, já acumula bilhões de registros, mas sua integração ainda enfrenta dificuldades. A partir de agora, haverá retorno das informações para os estados e municípios, permitindo o uso estratégico na formulação de políticas públicas, conforme anúncio previsto para o dia 28 pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Impacto para a população

O objetivo é centralizar informações de saúde para acesso direto pelos cidadãos, permitindo consultas online, histórico de exames e medicamentos em um único sistema. A preocupação com exclusão digital é tratada com critérios que priorizam regiões mais vulneráveis, como o Norte, utilizando uma fórmula baseada em dados populacionais, de conectividade e saúde, além de acompanhamento pela OPAS e OMS.

Comunidades remotas

Iniciativas como consultas via telemedicina em comunidades quilombolas e distritos indígenas demonstram os avanços. No Pará, moradores da comunidade Boa Vista foram atendidos por um neurologista, com exames coletados localmente e analisados remotamente por universidades públicas. Ana Estela rebate críticas à desumanização no atendimento remoto: “Desumano é não ter acesso à saúde”.

IA no SUS

A inteligência artificial (IA) é uma prioridade, e o governo federal optou por desenvolver suas próprias tecnologias. Sob coordenação do Ministério da Ciência e Tecnologia, com investimento de R$ 23 bilhões, a meta é integrar a IA de forma soberana e regulamentada. Exemplo disso é o uso da IA em laudos médicos para predição de doenças cardíacas, já em curso na Universidade Federal de Minas Gerais, com potencial para revolucionar o diagnóstico e reduzir riscos.
As iniciativas lideradas por Ana Estela Haddad reforçam o compromisso do governo com a modernização do SUS, buscando equidade no acesso à saúde e inovação tecnológica em escala nacional. (As informações são do jornal O Globo)

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